A década de 80: novidades para os chmaníacos
Quero falar sobre um tema que ainda é um mistério para os fãs brasileiros. Afinal de contas, como foi a década de 80 de Chespirito e sua turma? Como todos sabemos, o SBT nunca exibiu episódios desse período. Nos programas clássicos de Chaves e Chapolin, aparecem apenas episódios dos anos 70. Já no Clube do Chaves, foram ao ar episódios da década de 90. Ou da primeira metade dela, visto que o Programa Chespirito acabou em 1995, um ano após as mortes de Angelines Fernandez e Raul Padilla.

Vamos começar do princípio. Chaves e Chapolin como séries acabaram no final de 1979 (na pior das hipóteses, no início de 1980, já que o episódio do Chaves “Antes um tanque funcionando do que uma lavadora encrencada”, o último episódio do programa independente, está datado desse ano). Ou seja, a partir de 1980, esses programas acabaram, dando lugar ao tradicional Programa Chespirito, que havia saído do ar em 1973.
O programa é composto de esquetes, com vários personagens diferentes, com duração aproximada de 10 minutos para cada quadro (às vezes, um quadro ocupava todo o programa), totalizando pouco mais de 40 minutos. Além dos conhecidos personagens Chaves, Chapolin, Doutor Chapatin, Chompiras (que ganhou um novo cúmplice, o Botijão) e dos quadros independentes, novos personagens foram criados para dar maior dinâmica: Chaparron Bonaparte (fez tanto sucesso que ficou até o final do programa) e Vicente Chambón (um jornalista que, junto com sua fotógrafa Cândida, estava sempre atrás da notícia). Edgar Vivar e Ruben Aguirre, coadjuvantes até o final de 1978, tornaram-se “astros principais”.
As histórias de Chapolin continuaram mais ou menos parecidas com as da década de 70. Mas havia diferenças. Além do menor tempo, também houve um considerável aumento nos remakes, ou novas versões de episódios antigos. A agilidade de Chapolin, pelo menos no início, ainda estava praticamente intacta. As histórias de Dr. Chapatin e de Chompiras seguiram mais ou menos o mesmo padrão das antigas. No quadro dos ladrões, a diferença passou a ser sentida em quando Botijão conheceu Chimoltrufia e a vida de crimes foi deixada de lado.

No Chaves, as diferenças foram mais sentidas. Diferenças essas que iniciaram ainda na era clássica, em 1979, após as saídas de Quico e Seu Madruga, com a chegada de Dona Neves e Jaiminho, o surgimento do restaurante de Dona Florinda e o aumento do número de episódios na escola. Nos primeiros anos da década de 80, Dona Neves ainda aparecia, mas muito pouco. Era preciso dedicação total da atriz Maria Antonieta de Las Nieves para a personagem Chiquinha, fundamental nessa nova fase. Logicamente, personagens como o Professor Girafales, Nhonho e Pópis ganharam terreno. O carteiro Jaiminho, no início, ainda era um personagem secundário, que praticamente não aparecia. Com a ausência do Seu Madruga e a pouca participação da Bisavó da Chiquinha, quem passou a dever aluguel para o Senhor Barriga foi a Dona Florinda, que passou a enfrentar dificuldades financeiras e até se escondia para não pagar o aluguel.
No final de 1981, O ator Ramón Valdez voltou para o elenco do Programa Chespirito. atuando em quase todos os esquetes, com um status digno de protagonista (embora seu nome nos créditos tenha caído para trás de Edgar Vivar). Com a volta do personagem Seu Madruga, tudo voltou mais ou menos a ser como era antes, com o personagem devendo aluguel para o Senhor Barriga, apanhando da Dona Florinda, etc. Só faltava o Quico (que nunca mais voltou), que foi substituído por Nhonho e Pópis. Embora envelhecido e um pouco mais abatido e debilitado, Ramón Valdez ainda era bastante ágil e sem dúvida foi um ótimo acréscimo para o grupo.
Mas sua volta não durou muito. Poucos meses depois, em meados de 1982, Ramón deixou novamente o programa, para nunca mais voltar. A partir daí, o ator Raul Padilla, até então apenas um convidado especial, foi efetivado de vez no elenco. Passou a participar mais ativamente de todos os quadros, inclusive do Chaves. Com a ausência definitiva do Seu Madruga, com a impossibilidade de uso da personagem Dona Neves (que passou a ser uma personagem que era citada, mas nunca aparecia) e com a Dona Florinda voltando a ser o que era, o carteiro Jaiminho mudou-se para a vila, passando a viver praticamente todas as situações que eram vividas por Seu Madruga.
A partir de 1982, o Programa Chespirito ganhou ares mais definitivos, com o elenco e os quadros que durariam até a década de 90. Os ladrões deixaram de ser ladrões, Jaiminho foi para a vila, o quadro de Chambón acabou, etc. Só a partir do afastamento de Angelines que houve novas mudanças no elenco.
A decisão mais acertada que Chespirito tomou foi acabar com os programas Chaves e Chapolin e voltar com o formato antigo. Além de tornar o programa mais dinâmico, a alternação de esquetes fez com que a ausência de Quico e Seu Madruga fosse menos sentida. Seria muito bom que o SBT, além de voltar a exibir os episódios da década de 90, também comprasse episódios inéditos no Brasil dos anos 80. Mas já seria pedir demais...

A volta de Chaves ao horário das 18:30
Esta é a primeira vez que escrevo após o retorno triunfal do antigo e clássico horário de Chaves à grade de programação do SBT. O programa voltou com tudo, tendo uma hora e quinze minutos de duração e em um horário bastante competitivo, que é o final de tarde.
Quanto ao retorno, só espero que seja definitivo. Um seriado como Chaves, carismático, de humor ingênuo e roteiro simples, jamais pode ser exibido apenas em certos lugares do brasil. É uma ótima opção para a televisão nacional, que atualmente está recheada de programas que exploram a sexualidade, a violência e os problemas das pessoas.
a volta de Chaves nesse horário, eu teria algumas sugestões para um melhor aproveitamento do horário. Por que, ao invés de colocarem 3 episódios inteiros do Chaves, não colocam um episódio de Chaves, um de Chapolin e mais um do Clube do Chaves, de 15 minutos de duração? Tem espaço de sobra para isso, sem precisar cortar nada. É difícil afirmar, mas desse jeito, com praticamente três episódios sendo exibidos diariamente[só no sábados e domingos são exibidos 6 EPISÓDIOS!, Chaves pode saturar (os telespectadores comuns, não os fãs como nós), e sair de novo desse horário.
Falando sobre o Chapolin, uma outra alternativa seria a exibição de um episódio por semana, aos sábados, como foi feito em 2001 e 2005/2006/2007/2008. Como tem menos episódios[em exibição, porque arquivados tem muitos], seria o ideal, até para evitar uma saturação..
Vamos torcer para o Chaves continuar com excelentes números na audiência, e que Chapolin volte para a televisão o mais rápido possível!

Agora, só falta o Chapolin regressar
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