quarta-feira, 14 de outubro de 2015

CHAVES [1973-1979]

Chaves (El Chavo del Ocho) é uma série humorística mexicana criada por Roberto Gómez Bolaños. Foi produzida e transmitida, inicialmente, pela Televisión Independiente de México (TV TIM), no canal 8. Sua origem ocorre após Rubén Aguirre receber significativas propostas de trabalho e deixar o programa Chespirito, culminando com o fim do quadro Los Chifladitos. A trama gira em torno de um menino órfão chamado Chaves (interpretado pelo criador da série) e sua convivência com os moradores da vila em que habita. Antes de tornar-se um programa independente, a série fazia parte da primeira versão do programa Chespirito, tendo suas primeiras exibições no ano de 1972. Os esquetes (peças de curta duração) exibidos eram acompanhados pelos de outros quadros pertencentes ao programa, possuindo duração superior a 5 minutos. As principais características dos personagens não estavam consolidadas e seriam desenvolvidas ao longo das temporadas posteriores.
No ano de 1973, após a Televisión Independiente de México fundir-se com o Telesistema Mexicano, convertendo-se na atual Televisa, Chaves conquista seu programa independente e o programa Chespirito é encerrado. O elenco é mantido pela Televisa e Rubén é contratado para interpretar o Professor Girafales. Ao longo da temporada, inicia-se um maior desenvolvimento de algumas das principais características dos personagens. A produção apresenta melhorias e são introduzidas novas câmeras da GE. A série passa a ser transmitida em diversos países da América Latina e alcança o primeiro lugar de audiência, marcando o início da trajetória de expansão do seu êxito. No fim do mesmo ano, María Antonieta de las Nieves afasta-se da série. Posteriormente, passou a apresentar o programa de variedades Pampa Pipiltzin, após receber proposta da TV Azteca.
Imediatamente após a saída de María Antonieta, surgem importantes mudanças. Carlos Villagrán, intérprete de Quico, passa a ter maior destaque. Florinda Meza assume provisoriamente a função de locutora das aberturas, posto ocupado por María Antonieta desde o início da série. A função seria ocupada, em seguida, por Jorge Gutierrez Zamora, que continuaria narrando as aberturas até 1979. Em 1974, a série segue com grandes novidades. Novos personagens são introduzidos, como Nhonho (interpretado por Edgar Vivar), Pópis (interpretada por Florinda Meza), Godinez (interpretado por Horacio Gómez Bolaños), Malicha (interpretada por María Luisa Alcalá), Elizabeth (interpretada por Martha Zavaleta) e Cândida (interpretada por Ángel Roldan). É criada a escola do Professor Girafales. Para suprir a ausência de Chiquinha, personagens como Nhonho, Pópis e Malicha ganham destaque em alguns episódios. O prêmio El Heraldo de México é entregue no mesmo ano, como forma de reconhecimento ao trabalho realizado desde o ano anterior.
O ano de 1975 marca o retorno de María Antonieta de las Nieves ao elenco e a continuidade de significativas mudanças. As vestimentas dos personagens ganham melhor definição. A abertura do programa passa a ser padronizada, com representações fixas dos personagens. Em 1975, como já falamos, ocorre o retorno da personagem interpretada por María Antonieta, restaurando o elenco inicial do programa. A produção apresenta uma notável evolução, com melhorias na cenografia e imagem. A entrada da vila é ampliada e perde sua arcada. O chão, que nas temporadas anteriores pertencia ao próprio estúdio, adquire piso especial. No mesmo ano, a audiência da série oscilava entre 55 e 60 pontos no México.
A partir de 1976, a série apresenta um expressivo aumento no número de regravações e alguns episódios regravados passam a ter maior duração. O estilo de atuação do elenco e as principais características dos personagens tornam-se consolidados. O cenário ganha melhor iluminação. A escola do Professor Girafales adquire maior presença. No auge da popularidade, em 1977, o elenco realiza turnês por vários países da América Latina, representando os personagens para o público em cada evento. São gravados em Acapulco alguns dos episódios mais famosos da série, com várias cenas sendo gravadas no até então Hotel Acapulco Continental. A utilização de clipes musicais aumenta consideravelmente. A produção alcança um excelente nível, mantendo seu progresso qualitativo. Novas câmeras da Sony já estavam sendo utilizadas. O cenário é retocado e as casas adquirem melhor definição.
O ano de 1978 apresenta a continuidade do sucesso comercial da série, característico das temporadas anteriores. As turnês internacionais ainda eram intensas. O fim da temporada é marcado pelo início de expressivas baixas. Carlos Villagrán decide seguir carreira solo, devido à popularidade de seu personagem. Enrique Segoviano encerra seu ciclo como diretor. O cargo seria ocupado, em seguida, pelo próprio criador da série.
No início da temporada de 1979, após a saída de Carlos Villagrán do elenco, Ramón Valdés também decide deixar a série. Para solucionar a ausência de Quico e Seu Madruga, Bolaños introduz mudanças. Um novo cenário é criado: o restaurante de Dona Florinda. Dona Neves (interpretada por María Antonieta de las Nieves) é inserida na série em caráter definitivo, passando a morar na vila com sua bisneta, Chiquinha. A personagem já havia aparecido anteriormente em flashback em 1977. Ocorre também a criação do personagem Jaiminho, o carteiro (interpretado por Raúl “Chato” Padilla). Novas câmeras da RCA são introduzidas. Posteriormente, o programa é cancelado, apesar dos índices de audiência satisfatórios. É o fim do período considerado clássico.
Em 1980, inicia-se o novo período do programa Chespirito. A série Chaves passa a ser um quadro do programa.. Ramón Valdés retorna ao elenco em 1981, mas acaba retirando-se no fim do mesmo ano. No ano de 1982, Jaiminho passa a morar na vila e apresenta características similares às de Seu Madruga, tornando-se seu substituto. Com o passar dos anos, o grande número de regravações seria mantido. Os personagens sofrem mudanças no vestuário e a série ganha amplitude nos cenários.
A partir de 1987, o quadro Chaveco (Los Caquitos) passa a ter maior destaque e Chaves começa  a perder sua importância no programa. Ao longo dos anos, alguns integrantes do elenco engordaram e envelheceram. A série passaria a ser ambientada mais vezes na escola.
O quadro ainda recuperaria parte de sua relevância no início da década seguinte. Em 1991, Florinda Meza atuaria na novela Milagro y Magia e não participaria de diversas gravações do programa Chespirito. Com sua ausência, Chaves volta a ter destaque.

No ano de 1992, em virtude do natural desgaste e das dificuldades enfrentadas por alguns integrantes do elenco com o passar dos anos, o quadro é encerrado definitivamente.



Beterraba




Esse personagem, criado por Chespirito em 1972, era o protagonista de um quadro que geralmente É exibido antes dos episódios do Chaves adquiridos no segundo lote do SBT, o de 1988. O quadro, que tinha histórias curtas (de aproximadamente sete minutos), ficou alguns anos sem ser apresentado  desde 1992, época em que o SBT fez uma varredura nos episódios, trocando versões antigas de uma história por outras mais recentes e, sobretudo, cancelando definitivamente os episódios clássicos, aqueles que não envolviam os personagens centrais, como Chaves e Chapolin. As maiores vítimas desta desagradável varredura foram Dr. Chapatin e Beterraba.

Quem acompanhou o seriado Chaveco no programa chespirito se divertiu com as histórias de um delinqüente regenerado, já afastado do mundo dos crimes em que vivia na sua juventude, mas que vivia se metendo em mil e uma confusões. Pois o personagem Beterraba é o mesmo Chaveco e, nos episódios que eram apresentados antes do Chaves, ele estava no auge de sua criminalidade. O personagem interpretado por Chespirito, cujo nome original é Chompiras, fora batizado de Beterraba em uns episódios e Sai-De-Trás em outros pela dublagem (aliás, nomes que não têm nada a ver).Nos episódios, Beterraba (Chespirito) e seu parceiro Peterete, uma dupla de ladrões atrapalhados, sempre aprontavam nas tentativas de cometer um assalto, seja à mão armada ou pela invasão de uma casa na calada da noite. Peterete, que tinha o brilho da interpretação magistral do imortal Ramón Valdez, sempre caminhava com a cabeça esticada para frente, os braços tortinhos, a poupança empinada e com passos curtos, quase que de fininho... Seu caminhar ganhava a marcante trilha sonora da Pantera Cor-de-Rosa.
E a cada presepada de Beterraba, a atitude de Peterete era esta: tirava a boina do amigo de sua cabeça, pedia pra segurá-la para que, com um enorme pente, desse um retoque no seu topete antes de, com estilo, desferir um tabefe em seu rosto. Peterete, no fim, ameaçava: e da próxima vez... faria uma ação mais esdrúxula para castigar o parceiro. São cenas mágicas que, sem dúvida, garantem gargalhadas do povo.  o DVD "O Melhor do Chaves volume 1" procurou resgatar o humor de "Los Caquitos". O DVD traz um episódio na época inédito, onde a dupla tenta roubar o cofre do comandante da polícia. Este entremés seria exibido na estreia das séries CH no Cartoon Network, em 1º de novembro de 2010. Três dias depois, a emissora apresentou "Os Ladrões Assaltam o Bar", perdido desde 1988, com Beterraba sendo chamado por Peterete de Sai-De-Trás. Outros episódios do quadro aparecem nos boxes de discos da Amazonas Filmes. Em 13 de novembro de 2010, passou pela primeira vez no Brasil "A Conta do Bar", em que Peterete é chamado pela dublagem de Rabanete.
O personagem Botijão, interpretado por Edgar Vivar no programa chespirito, acabou sendo uma espécie de sucessor do Peterete, já que tinha as mesmas características do personagem interpretado por Ramón Valdez: era o melhor amigo de Beterraba (rebatizado de Chaveco) e também penteava o cabelo de Chaveco antes de lhe esbofetear. E Botijão tinha uma razão mais concreta para ficar bravo: Chaveco sempre falava mal de sua forma física.
No episódio da Festa à Fantasia do Chapolin, o ladrão vivido por Chespirito estava presente, mas com o nome de Baixinho. Edgar Vivar, provavelmente, fazia a sua estréia como o ajudante de Chompiras, mas com um outro nome dado pela dublagem: Garrafa. No Clube do Chaves, os dois personagens, rebatizados de Chaveco e Botijão, eram ex-criminosos regenerados (esta fase do quadro se iniciou em 1987).
Ameaças de Peterete após o tapa em Beterraba:

Lembre-se que aqui sempre se fará o que o Peterete mandar...

E da próxima vez...

- ...eu te esmago os dedos com uma porta!
- ...te apago um charuto no buraco da orelha!
- ...te derramo óleo escaldante pela garganta abaixo!
- ...te desenrosco o umbigo com uma chave inglesa!
- ...te rasgo os intestinos com um prego! E enferrujado!
- ...vou apagar um cigarro no seu umbigo!
- ...vou te fazer coceguinhas na garganta! Mas com arame farpado!
- ...vou te operar das amídalas, mas sem anestesia!
- ...vou te barbear, mas vai ser com um aparelho de cortar grama!
- ...eu te acordo, mas com um barril de água fria! Mas não vou jogar água em você, vou te dar uma porretada com o barril!
- ...vou barbeá-lo, mas com rastelo de jardineiro!
- ...eu lhe dou uma pancada com uma bola de boliche!
- ...coloco pimenta nos seus olhos!
- ...eu te acerto!


Ameaças de Garrafa após o tapa em Baixinho: (episódio da Festa à Fantasia do Chapolin)

- ...eu torço o seu nariz com a tesoura de jardineiro!
- ...eu te molho, mas com... (e cochicha no ouvido de Baixinho, falando provavelmente que irá molhá-lo com urina)
- ...eu te disfarço de lista telefônica e arranco até a última página! (a mais cômica)

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