sábado, 31 de outubro de 2015



vou falar sobre um assunto ainda não muito explorado pelos demais colunistas do meio CH, mas bastante presente nos fóruns. Estou falando sobre a comercialização de episódios de Chaves, Chapolin e Clube do Chaves, tanto em português quanto em espanhol, que ganhou corpo nos últimos  anos. Eu diria que tal comércio é vantajoso para os dois lados: para os vendedores, devido ao lucro, e para os compradores, que têm acesso a episódios que não passam (ou passavam) normalmente na TV brasileira.
Quero primeiramente agradecer de coração a todos aqueles que prestaram e ainda prestam esse serviço aos demais chmaníacos. Não é fácil achar alguém que tenha guardado por anos tamanhas raridades, episódios cancelados pela emissora detentora dos direitos no Brasil (me recuso a falar o nome). Eu mesmo cheguei a gravar alguns por volta de 1991 (lembro que já tive episódios como “Dar leite para os gatos”, “Cruz Vermelha versão 1”, “A volta da Chiquinha versão 2”, entre outros que já voltaram ao ar,mas não me desfiz deles). Grande parte dos fãs de Chespirito  jamais tinham assistido a episódios como os citados acima. Certamente vale a pena pagar  por uma fita com essas raridades que nunca teríamos a oportunidade de ver ou rever.
 
Episódios como a primeira versão do “Homem da Roupa Velha” (o mais antigo em exibição no Brasil) e “Espíritos Zombeteiros”  puderam ser vistos, mesmo quando cancelados,  graças a vendedores.
Além dos episódios “perdidos” em português, outro mercado começou a ganhar força: os episódios em espanhol. Alguns fãs de Chespirito aproveitam viagens para países que exibem os programas em sua língua original e nos trazem grandes presentes. Quem poderia imaginar que os brasileiros teriam acesso a versão de 1982 do Festival da Boa Vizinhança, nunca exibida pelo SBT? Ou à terceira versão dos toureadores?  Ou mesmo a continuação do episódio do alfaiate valente do Chapolin? Eu, particularmente, comprei todos os que apareceram por aí (menos os que passam no Brasil, não quero ter o mesmo episódio duas vezes). 
 
 Episódios que nunca passaram na televisão brasileira, como  “Leite de burra” versão 1 tornaram-se conhecidos da população CH devido à viagens de vendedores.
 boa parte dos fãs (dentre os quais me encontro) passou a separar uma “graninha” todo mês para comprar esses episódios, a fim de incrementar a coleção (já que só teríamos acesso aos episódios ditos normais, de Chaves, Chapolin e Clube do Chaves). E isso parece que “cresceu o olho” de antigos compradores. Após adquirirem os episódios perdidos do vendedor oficial, aquele que realmente gravou os episódios na época, eu desconheço seu nome,  surgiram os chamados “piratas” que resolveram aproveitar a situação e passaram também a vender os tais episódios, estabelecendo uma concorrência.
 

Através das versões em espanhol, aqueles que não acompanharam o Programa Chespirito na CNT em 1997, apenas o Clube do Chaves em 2001/2002, puderam saber que este personagem se chama Chompiras, e não Chaveco.
Se por um lado isso era bom para os compradores, pelo fato da concorrência em qualquer setor sempre significar preços mais acessíveis e mais opções, por outro é péssimo, pois os compradores podem ter em mãos produtos com menor qualidade (a chamada cópia da cópia). Por enquanto, a “cópia da cópia” está mais restrita aos episódios perdidos em português. Mas logo os “piratas” passaram a agir também com os episódios em espanhol, dizendo que gravaram no exterior ou tem uma antena superpotente que capta emissoras latinas.
 
  
Na verdade tudo isso é crime, a chamada pirataria, mas nunca ninguém foi nem nunca será preso por causa disso. A lei dos direitos autorais se preocupa mais com a área da música e dos filmes. Além disso, a única que poderia tentar processar os vendedores é a emissora detentora dos direitos. Mas uma grande empresa de comunicação, ao contrário de um artista individual, não iria se preocupar com esse tipo de coisa. E, mesmo que se preocupasse, seria uma tremenda cara de pau, pois a maioria do que é comercializado não é mais exibido pela tal emissora. A culpa desse “consumismo desenfreado” é da própria emissora paulista. Se exibisse os episódios normalmente, sem tirá-los do ar a todo instante e sempre “reabastecendo” seu “plantel” com novos episódios, isso não precisaria estar acontecendo. 
Campanhas contra a pirataria tomaram conta do Brasil. Mas certamente ninguém que venda cópias de programas de televisão será processado por causa disso.
 
Concluindo, agradeço mais uma vez a todos os vendedores de episódios perdidos e inéditos em espanhol, pedindo que continuem com esse serviço para incrementar a coleção do maior número possível de fãs das séries.  Portanto, a única saída é ter tudo gravado, para relembrar esses grandes momentos do humor mundial. Não podemos contar com a boa vontade da emissora que se diz a vice-líder em audiência no Brasil. Se depender deles, ficaremos  sem esses episódios diferenciados. Quanto aos “piratas”, não os condeno por inteiro. A concorrência é sempre bem-vinda, para o bem dos nossos bolsos. Mas, caso tenham essa intenção, devem primeiro chegar num acordo com os vendedores originais. Fazer pelas costas é antiético.

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