O EDUCATIVO CHAVES E O CRÍTICO CHAPOLIN
Desde que acompanho as séries, percebo que Chaves e Chapolin possuem duas diferenças quando passam alguma mensagem para o telespectador. O primeiro seriado procura ser mais educativo. Já o segundo segue uma doutrina crítica.
Isso... Isso... Isso... Educação em primeiro lugar
Assistindo a Chaves, percebemos que muitos erros de pronúncia são debatidos e corrigidos. Quem não se lembra da célebre “dúvida” de Chiquinha se o correto era “eu a convido-ei” ou “eu a convidei”. Não há dúvida que a resposta certa é a segunda opção. Aliás, bom saber que Chiquinha aprontou para cima de Chaves e de Dona Clotilde no restaurante com um truque bastante didático. Tem também aquelas ocasiões em que Chaves ou Chiquinha cometem um erro de português (espanhol no original) e acabam por ser corrigidos pelo Professor Girafales ou por outro personagem adulto. Querem exemplos? Chaves, ao tentar explicar que não cabe no balde, diz “Mas eu não cabo”. Girafales na hora o corrige: “Não CAIBO”. O verbo “caber”, por ter uma conjugação complicada, acaba por gerar essas confusões na sua pronúncia. E não é só esse verbo não... A série ainda educa na forma de tratamento. Por exemplo, Seu Madruga chama Chaves e o menino responde “O quê?”. O pai da Chiquinha pede que lhe chame de senhor. Está certo! Os indivíduos mais velhos devem ser tratados desta maneira. Onde já se viu uma criança ou até mesmo um adolescente chamar um ancião de “você” ou “tu”? Uma lamentável falta de educação, não é verdade? Apesar de que “Senhor Burro” realmente é bem cômico (lembram-se do começo do episódio do “Disco Voador”?). Mas você, internauta de bom gosto, jamais siga o exemplo de Chaves nesta ocasião. É de admirar que Seu Madruga não tenha lhe dado um bom cascudo após ouvir o órfão pronunciar “Senhor Burro”.
Também ocorrem aqueles inúmeros casos em que “o burro vai na frente”. Você já deve ter se ligado no mistério, né? Quando Chaves diz “estávamos na rua EU e o QUICO”, o namorado de Dona Florinda novamente age dizendo que deve-se pronunciar “QUICO E EU”, deixando ele próprio por último na hora de dizer que fazia algo com outra pessoa. Uma pena que quase ninguém fala dessa maneira. Vocês acham que eu não percebo? Geralmente o que mais ouço é “EU e o fulano...” mesmo. Eu sempre costumo dizer numa frase “O FULANO e eu”, já que aprendi assistindo ao melhor seriado do mundo. Há quem diga que eu falo desse jeito só porque eu vejo Chaves...
Seu Mundinho e sua consciência: lição de vida
Ainda desponta a mensagem de Chaves que marca o fim de alguns episódios. Uma espécie de moral da história. Após pensarem o tempo todo que estavam na casa de uma bruxa e de ganharem pirulitos da Dona Clotilde, Chaves diz que devemos nos guiar pelo que as pessoas são, e não pelo ponto de vista do nosso pensamento, muitas vezes equivocado. Após ser acidentalmente molhado pelo Professor Girafales no fim do episódio “Um Banho para o Chaves”, o orfão nos alerta da importância que é tomar um banho e se sentir limpo. E não devemos esquecer da emocionante lição de vida que Chapolin ensina a Seu Mundinho (Ramón Valdez), o homem que queria ser Chapolin Colorado devido às coisas boas feitas pelo herói, algo que o velhinho admitia não ter feito. Polegar alega que ele está errado, pois todos possuem um papel muito importante na sociedade. Seu Mundinho então percebe que, como fiscal sanitário, não fez nenhuma coisa errada e que seu papel foi vital para a vida de muita gente. Sem dúvida, quem é chmaníaco está ciente de que todas as pessoas contribuem do jeito que podem para as melhorias do mundo. E a contribuição, por sinal, é sempre rica e proveitosa.
Cuidado, críticos!!! Ele está de olho!!!
Já que paramos num caso tirado do praticamente finado seriado Chapolin, vamos falar sobre seus exemplos. O herói da América Latina se sobressai na crítica. Muita gente não escapa das farpas do Polegar Vermelho. Ainda no episódio do Seu Mundinho, Chapolin toma a pastilha de polegarina para diminuir de tamanho, a fim de fingir ser a consciência do velhinho. Quando o personagem de Ramón estranha um boneco falando, Chapolin pergunta: “Por que estranha? Por acaso já não viu críticos de cinema falando?”. O México não devia ter o seu Rubens Ewald Filho... Mas, sem dúvida, as maiores vítimas são os juízes de futebol. Quantas vezes esses profissionais não foram tachados de cegos por Chapolin? Sobretudo o árbitro que esteve presente na festa à fantasia. O herói coloca-lhe uma placa de cego. Até Quico os critica no episódio da Festa dos Pires Cavalcanti, já que Chaves diz que o bochechudo pode “jogar de árbitro”. Resultado: o filho de Dona Florinda ameaça contar para sua mãe que ele está lhe chamando de nome feio. Gozado, não? Será que os juízes de futebol eram tão ruins naquela época a ponto de merecerem tais críticas pesadas e, ao mesmo tempo, bem humoradas?
Árbitros de Futebol: as maiores "vítimas" de Chapolin
Um episódio repleto de críticas dos personagens é o incompleto “Pirata Alma Negra”. Chapolin pergunta para os piratas: “Ao invés de seguirem esta profissão, por que não foram jogadores de futebol?”. Lagartixa (Carlos Villagrán) responde: “Não, porque senão teríamos de entrar numa escola de arte dramática”. Chapolin concorda. Naquela época, o futebol mexicano era terrível. E na hora em que Alma Negra (Ramón Valdez) e Matadouro (Rubén Aguirre) contavam o que eles faziam com aqueles que lhes ajudavam a enterrar o tesouro? Um deles Matadouro pegou e começou a bater sua cabeça sem piedade contra um tronco. Quem era o coitado? Um cronista de futebol. E não pára por aí. Um momento simbólico na minha concepção é aquele em que Matadouro confirma que obrigaram uma das vítimas a ver programa de política na televisão todos os dias. Chapolin se enfurece, o tacha de criminoso e parte para cima de Alma Negra. De fato, a propaganda eleitoral gratuita foi um crime mesmo... para a própria série Chapolin. Com o ingresso do programa político devido às eleições municipais de 2000, Chapolin saiu do ar pela primeira vez depois de dezesseis anos. Voltando ao assunto que estamos debatendo, ainda prevalece a conscientização. Chapolin, nos episódios “Pistoleiro Veloz” e “Rasga Bucho e o Cantineiro”, arranca os rótulos das garrafas. A explicação: no horário de exibição do seriado é proibida a veiculação de anúncios de bebidas alcoólicas.
É... Nem a Cheves, a cerveja incrível, e tampouco a incrementada com o sapato da Chiquinha poderiam anunciar na hora do Chapolin..
Não há questionamentos de que essa forma de fazer humor agrada e contribui para o sucesso do programa. Tal rótulo educativo de Chaves rendeu um grandioso elogio da escritora Ruth Rocha publicado na revista Veja. Ela disse que Chaves é a série que recomendaria às crianças caso a outra opção fosse Castelo Rá-Tim-Bum, programa para lá de didático. Ruth alega que Chaves é semelhante a um circo: é agradável para todas as idades e o humor leve, acompanhado pela animação e educação, é essencial para as crianças. Por isso que as séries até hoje são idolatradas pelos jovens. Chaves educa nove entre dez crianças (a décima não deve ter televisão).
Sobre as críticas de Chapolin, Chespirito teve sorte de não ter gravado o seriado no Brasil. Principalmente nós, brasileiros, fomos felizes em não vermos Chapolin ser apresentado em terras tupiniquins na época de sua gravação. Por quê? Ora, todo mundo sabe que os seriados foram gravados na década de 70. Neste período, vigorava em nosso país uma terrível ditadura militar e sua implacável censura. Como os censores não perdoavam nada, a certeza por minha parte é quase absoluta de que essas criticas de Chapolin não seriam engolidas pela ditadura. Sem contar que os destrambelhados censores cabeças-de-vento poderiam encrencar também com o fato de um herói fraquinho e atrapalhado “ridicularizar a América Latina”, em plena época em que o nosso lema era “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Posso estar exagerando, né? Mas é uma opinião minha... Como o México sempre foi um país tranqüilo (a não ser nos terremotos, como o ocorrido às vésperas da Copa de 1986 que aconteceria no país), as críticas são livres e muito bem feitas. O bom humor sempre prevalece. Tanto que até os próprios árbitros, críticos e cronistas devem dar gargalhadas na hora em que Chapolin dispara aquele turbilhão de comentários negativos sobre seus serviços. Chespirito, por ser o legítimo mestre, deve ser um dos pouquíssimos no mundo a ter suas críticas toleradas por aqueles profissionais e por tantos outros que existem pelo mundo afora. Afinal, até na hora de criticar ele anima o público. E de maneira magistral e singular.
Desde que acompanho as séries, percebo que Chaves e Chapolin possuem duas diferenças quando passam alguma mensagem para o telespectador. O primeiro seriado procura ser mais educativo. Já o segundo segue uma doutrina crítica.
Isso... Isso... Isso... Educação em primeiro lugar
Assistindo a Chaves, percebemos que muitos erros de pronúncia são debatidos e corrigidos. Quem não se lembra da célebre “dúvida” de Chiquinha se o correto era “eu a convido-ei” ou “eu a convidei”. Não há dúvida que a resposta certa é a segunda opção. Aliás, bom saber que Chiquinha aprontou para cima de Chaves e de Dona Clotilde no restaurante com um truque bastante didático. Tem também aquelas ocasiões em que Chaves ou Chiquinha cometem um erro de português (espanhol no original) e acabam por ser corrigidos pelo Professor Girafales ou por outro personagem adulto. Querem exemplos? Chaves, ao tentar explicar que não cabe no balde, diz “Mas eu não cabo”. Girafales na hora o corrige: “Não CAIBO”. O verbo “caber”, por ter uma conjugação complicada, acaba por gerar essas confusões na sua pronúncia. E não é só esse verbo não... A série ainda educa na forma de tratamento. Por exemplo, Seu Madruga chama Chaves e o menino responde “O quê?”. O pai da Chiquinha pede que lhe chame de senhor. Está certo! Os indivíduos mais velhos devem ser tratados desta maneira. Onde já se viu uma criança ou até mesmo um adolescente chamar um ancião de “você” ou “tu”? Uma lamentável falta de educação, não é verdade? Apesar de que “Senhor Burro” realmente é bem cômico (lembram-se do começo do episódio do “Disco Voador”?). Mas você, internauta de bom gosto, jamais siga o exemplo de Chaves nesta ocasião. É de admirar que Seu Madruga não tenha lhe dado um bom cascudo após ouvir o órfão pronunciar “Senhor Burro”.
Também ocorrem aqueles inúmeros casos em que “o burro vai na frente”. Você já deve ter se ligado no mistério, né? Quando Chaves diz “estávamos na rua EU e o QUICO”, o namorado de Dona Florinda novamente age dizendo que deve-se pronunciar “QUICO E EU”, deixando ele próprio por último na hora de dizer que fazia algo com outra pessoa. Uma pena que quase ninguém fala dessa maneira. Vocês acham que eu não percebo? Geralmente o que mais ouço é “EU e o fulano...” mesmo. Eu sempre costumo dizer numa frase “O FULANO e eu”, já que aprendi assistindo ao melhor seriado do mundo. Há quem diga que eu falo desse jeito só porque eu vejo Chaves...
Seu Mundinho e sua consciência: lição de vida
Ainda desponta a mensagem de Chaves que marca o fim de alguns episódios. Uma espécie de moral da história. Após pensarem o tempo todo que estavam na casa de uma bruxa e de ganharem pirulitos da Dona Clotilde, Chaves diz que devemos nos guiar pelo que as pessoas são, e não pelo ponto de vista do nosso pensamento, muitas vezes equivocado. Após ser acidentalmente molhado pelo Professor Girafales no fim do episódio “Um Banho para o Chaves”, o orfão nos alerta da importância que é tomar um banho e se sentir limpo. E não devemos esquecer da emocionante lição de vida que Chapolin ensina a Seu Mundinho (Ramón Valdez), o homem que queria ser Chapolin Colorado devido às coisas boas feitas pelo herói, algo que o velhinho admitia não ter feito. Polegar alega que ele está errado, pois todos possuem um papel muito importante na sociedade. Seu Mundinho então percebe que, como fiscal sanitário, não fez nenhuma coisa errada e que seu papel foi vital para a vida de muita gente. Sem dúvida, quem é chmaníaco está ciente de que todas as pessoas contribuem do jeito que podem para as melhorias do mundo. E a contribuição, por sinal, é sempre rica e proveitosa.
Cuidado, críticos!!! Ele está de olho!!!
Já que paramos num caso tirado do praticamente finado seriado Chapolin, vamos falar sobre seus exemplos. O herói da América Latina se sobressai na crítica. Muita gente não escapa das farpas do Polegar Vermelho. Ainda no episódio do Seu Mundinho, Chapolin toma a pastilha de polegarina para diminuir de tamanho, a fim de fingir ser a consciência do velhinho. Quando o personagem de Ramón estranha um boneco falando, Chapolin pergunta: “Por que estranha? Por acaso já não viu críticos de cinema falando?”. O México não devia ter o seu Rubens Ewald Filho... Mas, sem dúvida, as maiores vítimas são os juízes de futebol. Quantas vezes esses profissionais não foram tachados de cegos por Chapolin? Sobretudo o árbitro que esteve presente na festa à fantasia. O herói coloca-lhe uma placa de cego. Até Quico os critica no episódio da Festa dos Pires Cavalcanti, já que Chaves diz que o bochechudo pode “jogar de árbitro”. Resultado: o filho de Dona Florinda ameaça contar para sua mãe que ele está lhe chamando de nome feio. Gozado, não? Será que os juízes de futebol eram tão ruins naquela época a ponto de merecerem tais críticas pesadas e, ao mesmo tempo, bem humoradas?
Árbitros de Futebol: as maiores "vítimas" de Chapolin
Um episódio repleto de críticas dos personagens é o incompleto “Pirata Alma Negra”. Chapolin pergunta para os piratas: “Ao invés de seguirem esta profissão, por que não foram jogadores de futebol?”. Lagartixa (Carlos Villagrán) responde: “Não, porque senão teríamos de entrar numa escola de arte dramática”. Chapolin concorda. Naquela época, o futebol mexicano era terrível. E na hora em que Alma Negra (Ramón Valdez) e Matadouro (Rubén Aguirre) contavam o que eles faziam com aqueles que lhes ajudavam a enterrar o tesouro? Um deles Matadouro pegou e começou a bater sua cabeça sem piedade contra um tronco. Quem era o coitado? Um cronista de futebol. E não pára por aí. Um momento simbólico na minha concepção é aquele em que Matadouro confirma que obrigaram uma das vítimas a ver programa de política na televisão todos os dias. Chapolin se enfurece, o tacha de criminoso e parte para cima de Alma Negra. De fato, a propaganda eleitoral gratuita foi um crime mesmo... para a própria série Chapolin. Com o ingresso do programa político devido às eleições municipais de 2000, Chapolin saiu do ar pela primeira vez depois de dezesseis anos. Voltando ao assunto que estamos debatendo, ainda prevalece a conscientização. Chapolin, nos episódios “Pistoleiro Veloz” e “Rasga Bucho e o Cantineiro”, arranca os rótulos das garrafas. A explicação: no horário de exibição do seriado é proibida a veiculação de anúncios de bebidas alcoólicas.
É... Nem a Cheves, a cerveja incrível, e tampouco a incrementada com o sapato da Chiquinha poderiam anunciar na hora do Chapolin..
Não há questionamentos de que essa forma de fazer humor agrada e contribui para o sucesso do programa. Tal rótulo educativo de Chaves rendeu um grandioso elogio da escritora Ruth Rocha publicado na revista Veja. Ela disse que Chaves é a série que recomendaria às crianças caso a outra opção fosse Castelo Rá-Tim-Bum, programa para lá de didático. Ruth alega que Chaves é semelhante a um circo: é agradável para todas as idades e o humor leve, acompanhado pela animação e educação, é essencial para as crianças. Por isso que as séries até hoje são idolatradas pelos jovens. Chaves educa nove entre dez crianças (a décima não deve ter televisão).
Sobre as críticas de Chapolin, Chespirito teve sorte de não ter gravado o seriado no Brasil. Principalmente nós, brasileiros, fomos felizes em não vermos Chapolin ser apresentado em terras tupiniquins na época de sua gravação. Por quê? Ora, todo mundo sabe que os seriados foram gravados na década de 70. Neste período, vigorava em nosso país uma terrível ditadura militar e sua implacável censura. Como os censores não perdoavam nada, a certeza por minha parte é quase absoluta de que essas criticas de Chapolin não seriam engolidas pela ditadura. Sem contar que os destrambelhados censores cabeças-de-vento poderiam encrencar também com o fato de um herói fraquinho e atrapalhado “ridicularizar a América Latina”, em plena época em que o nosso lema era “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Posso estar exagerando, né? Mas é uma opinião minha... Como o México sempre foi um país tranqüilo (a não ser nos terremotos, como o ocorrido às vésperas da Copa de 1986 que aconteceria no país), as críticas são livres e muito bem feitas. O bom humor sempre prevalece. Tanto que até os próprios árbitros, críticos e cronistas devem dar gargalhadas na hora em que Chapolin dispara aquele turbilhão de comentários negativos sobre seus serviços. Chespirito, por ser o legítimo mestre, deve ser um dos pouquíssimos no mundo a ter suas críticas toleradas por aqueles profissionais e por tantos outros que existem pelo mundo afora. Afinal, até na hora de criticar ele anima o público. E de maneira magistral e singular.
FOFALHAS DA GENTOCA
As fofocas do mundo CH
a novela Da Cor do Pecado. O personagem Abelardo (Caio Blat), dando uma de professor, perguntava à bonitona Tina (Karina Bacchi) em que época havia vivido Getúlio Vargas. Ela respondeu: “Quem nasceu primeiro? O Getúlio ou o Vargas?”. Aí um dos irmãos Sardinha disse: “Que burra! Dá zero pra ela!”.
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