segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O QUARTO BOX DE DVD'S DA AMAZONAS FILMES
          
            Antes de começar a falar de cada episódio dos DVD's, queria explicar como que era feito o processo de adaptação dos "libretos". Primeiramente, o texto era traduzido do espanhol para o português. Em seguida, esta primeira tradução era repassada para Gustavo Berriel, presidente do Fã-Clube e... vocês devem saber que, sem o Berriel, não sei se este projeto iria em frente. Mas voltando: os scripts que chegavam nas mãos do Berriel vinham com falas traduzidas ao pé-da-letra, ou seja, sem muito sentido, com piadas forçadas e sem graça e sentido. Aí que começava o trabalho do Fã-Clube Chespirito-Brasil. Deus abençoe a mente de Paulo Duarte, representante da Amazonas, que teve a utilíssima idéia de convidar o Fã-Clube para colocar as piadas com a qual já estamos acostumados.             Gustavo Berriel encaminhava o script com a tradução ao pé-da-letra para cada membro do Fã-Clube. O que fazíam? Analisávam fala por fala de scripts que ultrapassavam 100 páginas de Word, já que, costumeiramente, estavam presentes as falas de todos os episódios de um DVD. A sugestão de piada ou modificação no diálogo eram colocadas na cor vermelha abaixo da fala traduzida. Eis um exemplo de adaptação  no episódio da "Independência do Brasil", presente no DVD nº 4 do Chaves que comentarei daqui a pouco.
            Após todos os scripts analisados, eles eram enviados de volta para Berriel com todas as alterações feitas. Quando era conveniente, podíamos sugerir piadas mais ousadas, totalmente diferenciadas do original. Mas é claro que nossa prioridade era manter os diálogos dos antigos estúdios Maga. As sugestões eram avaliadas pelo Berriel e pela direção de dublagem. Algumas passavam e outras não... Uma piada engraçada podia ser reprovada por não caber na fala do personagem. Mas posso dizer que a maioria das minhas entraram, e espero que a galera goste! Só dou graças a Deus por essas piadas inicialmente sugeridas não terem entrado.         Só para fazer uma rápida análise dos dubladores, Osmiro Campos (Professor Girafales) deixa o estilo gritão dos discos anteriores e passa a dublar da maneira que todos conhecem da Maga. Outro que readquiriu definitivamente o ritmo de 20 anos atrás foi Carlos Seidl (Seu Madruga), embora notemos a rouquidão de sua voz em alguns diálogos. Cecília Lemes melhorou como Chiquinha, e Tatá Guarnieri (Chaves), Nelson Machado (Quico), Martha Volpiani (Dona Florinda), Helena Samara (Angelines Fernandez) e Alexandre Marconatto (Horácio Gómez Bolaños) mantêm o ritmo dos boxes anteriores. Gilberto Baroli melhorou um pouco como Seu Barriga, mas seu ponto forte nos DVD's é realmente o trabalho feito para o personagem Botijão, sabendo manter a frieza do marido da Chimoltrúfia no momento certo (sobretudo na cena dos tapas em Chompiras). Gustavo Berriel vem surpreendendo positivamente como Raul Padilla. Após a atuação de altos e baixos no box 3, Berry acerta o tom criando vozes diferenciadas e versáteis, se destacando principalmente em "Lá no Rancho Mediano - o Retorno". Felizmente, ninguém mais repara a jovialidade da voz do mais jovem de todos dubladores dos seriados. O som original em espanhol foi bastante melhorado, está muito mais audível. Ele só é abafado quando despontam algumas trilhas de fundo altas demais, principalmente no episódio do Riacho Molhado do Chapolin. Quanto às legendas, infelizmente elas continuam destoando do texto dublado e alguns erros de português também são notados, além de nomes próprios com letra minúscula, entre outros equívocos. No DVD do Chaves, o texto da legenda é exatamente o da primeira tradução ao pé-da-letra ao invés do modificado. Por exemplo, Chaves diz "Você vai ser a Marquesa de Santos" e aparece, nas letras, "Você vai ser a partidária". Ou pior, no disco de Chespirito, está de volta a legenda "Diga licenciado" ao invés do "Fala belo" de Lucas Pirado.            Vamos partir agora para a análise de cada episódio.
            DVD DO CHAVES - Neste disco cujo título carrega a proeza de estar impresso "escapOliu" com "o" mesmo, os episódios contidos são "O exame de recuperação[parte 2][1976]", "Oras bolas[1973]", "o Leiteiro"[1973], " grito de Independência[1973]" e "esse Varal é meu[1973]". Todos são exibidos no país. O disco apresenta mais dois extras inéditos: "Lá no Rancho Mediano - O Retorno[1982]" e "A Lenda de Fausto[1982]".
            O  Exame de recuperação[pate 2][1976] 
Disponibilizado na íntegra logo após aparecer cortado no DVD de Chespirito do box 2, trata-se do episódio que antecede o clássico da "Recuperação", um dos mais impagáveis do seriado. Enquanto percebemos Osmiro mais contido na dublagem do professor, adotando assim o tom que conhecemos da fase clássica, percebemos atuações deficientes de Tatá (Chaves) e Cecília (Chiquinha), felizmente apenas neste episódio. O dublador do órfão não está inspirado, tanto que acaba baixando o santo de Marcelo Gastaldi, mas numa falha deste. Lembram quando Gastaldi gagueja no episódio "O Castigo da Escola", em que Chaves solta um "nós tudo aqui dã-dã falan-do do Mestre Lingüi... QUÊÊ?" e não consegue terminar a fala antes da interrupção do professor? Pois ocorre o mesmo com Tatá, que acaba perdendo o tempo numa das presepadas de Chaves em que acaba falando o que não deve logo após o "SI-LÊN-CIO" do Mestre Lingüiça. Já Cecília começa naquele tom pesado demais para Chiquinha, lembrando a voz feita no episódio do "Roupa Velha" (box 1), mas se reencontra no final. Uma boa tirada  foi o "tesourinha" que Quico fala tentando explicar ao Mestre o que significa o número dois que faz com a mão. Engraçado que o "strike two", conhecido do episódio "Seu Madruga Sapateiro" e também presente no texto original virou "strike tú" na voz de Machado. E, como  já haviam noticiado, infelizmente prevaleceu a teimosia de Nelson Machado e ele resolveu dublar, ao invés dos "W" de Volkswagen, o tal do método "Wash e Wear" presente no "libreto" original. A vontade de Nelson foi obedecida, mas não é preciso dizer que a piada perdeu e muito a graça, né? Para rirmos pra valer, recomendo o DVD 2 de Chespirito, em que Quico cita a fictícia lavadora, para a alegria de todos. Talvez a única bola fora do extraordinário Nelson Machado nas séries CH. Em tempo: agora que a piada dublada foi Wash e Wear, na legenda o que aparece? "Vamos supor que o W seja de Volkswagen...". 
            Oras bolas[1973]Primeira versão mais curta do episódio do Desjejum, as diferenças são as seguintes: Seu Barriga participa até o fim do episódio e a mesa de pingue-pongue é do Quico (na segunda versão, ela pertence ao Nhonho). No mais, a história não possui grandes distinções com relação à versão de 1975. Fiel à versão Maga, mantiveram a frase de Chaves "ronca como um porco resfriado" ao invés de "ronca como um cachorro com raiva", como a tradução sugeria. o unânime e  simbólico "mais um a meu favor" dito de forma triunfal por Chaves  tinha que continuar, em detrimento a "mais um ponto a meu favor" ou "dois-um a meu favor". Detalhe que Chiquinha chega a dizer a Quico "só não te dou outra porque", mas o clássico bordão do Madruguinha faz parte do texto original mesmo. A piada mais arrojada do episódio é essa: Não deixa também de ser uma homenagem a um atleta que se esforça para praticar um esporte com poucos recursos financeiros no Brasil: o mesa-tenista Hugo Hoyama. Após levar uma bolada na goela de Quico, Seu Madruga pensa que foi Chaves o autor do acidente e lhe dá um cascudo. E completa com "só não te dou outra porque VOU PEDIR PARA O HUGO HOYAMA TE ENSINAR A JOGAR PINGUE-PONGUE DECENTEMENTE". Carlos Seidl, como sempre, soube dar um tom cômico à piada.
            o Leiteiro[1973-a mudança da piada do "leite de fé" para "leite de vacaciones", teve na época, a aprovação da maioria dos chmaníacos.  enquanto na dublagem Maga, Seu Madruga diz que o leiteiro fazia tudo com muita fé, pois estava de férias, no Gábia o pai da Chiquinha diz que o leiteiro está "de vaca", e completa "de vacaciones". Atenção para a complementação: "digo, férias em espanhol, aprendeu?". Gustavo Berriel, teve de peitar os colegas do Fã-Clube e de dublagem para aprovar a piada, a considerando ousada e ao mesmo tempo mais coesa do que a clássica do leite de fé. Felizmente, percebemos que o resultado ficou muito superior ao da dublagem Maga (não querendo me gabar...). Outras vezes em que entraram em ação: impediram Quico de dizer "achei um litro de leite", deixando evidentemente a fala "achei um ninho de vacas" após o bochechudo encontrar a garrafa de leite escondida pelo Quico; e resgataram falas clássicas da dublagem como a seqüência "Anum", "Que Anum", "Anum sei" ( segundo berriel,a opção dada pela tradução até era boa: "Kiko, Kiko tenho a ver com isso", mas preferiram deixar o engraçadíssimo "Anum"); Madruguinha dizendo "tô falando, só tem doido por aqui" (Carlos Seidl dublou brilhantemente esta parte); e, por fim, na cena em que Chaves derrama leite no Quico, na dublagem original Sandra Mara Azevedo (antiga voz da Chiquinha) diz um cômico "você é mais burro que um burro". Sugeriram que essa frase fosse usada ao invés da manjada "o que você tem de burro..." e minha vontade foi atendida. Muito legal Cecília Lemes dizendo, indignada: "Você é mais burro que um BUUUURROO!". Ah, e antes que me perguntem, mudaram para "Seu Madruga, Seu Madruguinha" a cena em que Quico fala, originalmente, "Seu Ramón, Seu Ramonzinho" (típico dos primórdios da dublagem...). Mas o resultado ficou ótimo! De todos os episódios dos DVD's até agora, talvez "Seu Madruga Leiteiro" tenha o texto mais fiel à Maga - com exceção,  da troca do "leite de fé" pelo "leite de vacaciones
           grito de Independência[1973] Trata-se de uma primeira versão da história em que as crianças brincam de "grito da Independência". Com muito esforço e algumas horas de raciocínio, conseguiram fazer adaptações coerentes, relacionando fatos que realmente aconteceram na história do Brasil. Como vocês devem saber, no original eles citam a história mexicana, e enquanto na dublagem o personagem central citado é Dom Pedro I, em espanhol as crianças e Seu Madruga falam de Miguel Hidalgo y Costilla (1753-1811), considerado o pai da nação do México (o autêntico "Pai da Pátria"). Ausentes na tradução original, acrescentaram Dom João VI (pai de Dom Pedro I) e Marquesa de Santos (amante de Dom Pedro I) na lição de história e nas brincadeiras da criançada. Nas adaptações feitas,  Chiquinha diz que o pior inimigo de Dom João foi o cara que pintou o retrato dele, pois ficou feio demais (melhor do que dizer que ele estava estampado nas notas de 50, de 100, ou qualquer outro valor) e Chaves responde que o maior inimigo da Família Real é o Barcelona e Seu Madruga coloca que não está falando do time de futebol do REAL Madrid. Na primeira cena em que Chaves e Chiquinha estudam na casa do Seu Madruga, a única falha,  foi no momento em que Seu Madruga tenta responder quando foi assinada a ata da Independência. Quando Madruguinha responde que eles assinaram a ata na hora mesmo. , quando a dupla vai brincar no pátio de "grito da Independência", Chaves - o Dom Pedro I na brincadeira - avisa a Chiquinha que ela será a Marquesa de Santos. Ela devolve: "qualé, eu sou corintiana". Conseguiram, num mesmo episódio, fazer duas piadas referentes a times de futebol, e que  perdoem palmeirenses, são-paulinos, flamenguistas, colorados... mas é que como o Corinthians sempre é citado nos seriados... Neste episódio novamente aparece a famigerada pedra carregada com quem algum personagem histórico "andarilha", e resolvi criar uma história romântica: Marquesa de Santos, de tão apaixonada por D. Pedro, carregaria a tal pedra nas costas para impressionar o imperador a fim de conquistar seu coração (com sucesso). Destaque para a cara que Chiquinha faz logo após Chaves contar que Marquesa de Santos gostava de Dom Pedro, com a lingüinha pra fora de Chiquinha combinando perfeitamente com a fala. E a cena mais engraçada de todos os boxes até agora, reaproveitaram o "viva o Brasil" dito por Seu Madruga na segunda versão  do episódio antes de apanhar da mãe do Quico. Após Dona Florinda dizer para Seu Madruga que lhe dará o seu sete de setembro, de maneira hilariante o pai da Chiquinha, prestes a receber a bofetada, começa a dizer "VIVA O BRASIL, VIVA O MEU BRASIL BRASILEIRO". Há quem não tenha gostado pelo dito não combinar com as expressões feitas por Seu Madruga, pois nota-se que, na verdade, ele tenta se explicar pra mãe do Quico. Mas o resultado final ficou MUITO ENGRAÇADO! Cena mais tosca impossível, costumo repeti-la dezenas de vezes quando coloco o DVD aqui em casa, e rio em todas as ocasiões. E, por fim, Berriel resolveu fazer uma homenagem à Dona Neves numa citação pioneira nas cenas das perguntas de Chaves referentes à avozinha do Seu Madruga. A piada, sugerida por mim, foi esta: "sua avozinha estava no Ipiranga quando Dom Pedro gritou?". Na dublagem, ficou "DONA NEVES estava no Ipiranga quando Dom Pedro gritou?". Valeu apenas pela homenagem, porque, sinceramente, riria mais se ouvisse "sua avozinha" como é comum.
            esse Varal  é meu[1973]a história é basicamente a mesma do clássico: roupa suja lava-se em público[1976]  em que Dona Florinda e Seu Madruga brigam por um usar a parte do varal que corresponde ao outro (a discussão das crianças presente em "ser professor é padecer no inferno[1975]" também aparece). Resgataram a fala "basta me lembrar a cada sete dias" de Seu Madruga logo após responder à Dona Clotilde, que pede que ele se lembre de que ela não é nenhuma bruxa, além da resposta "pensa que é bonequinha de corda", em detrimento à sugerida "precisa de corda para amarrar os bobes". No fim do episódio, uma grande pérola creditada a Gustavo Berriel: quando Dona Florinda diz que Seu Madruga quer se vingar dela, antes de tomar o tapa, Carlos Seidl larga "A VINGANÇA NUNCA É PLENA..." e apanha. Extraordinária tirada!
            Lá No Rancho Mediano - O Retorno[1982]Versão dos anos 80 do hilariante episódio da saga do Cinema, desta vez Florinda Meza interpreta a filha de Gerúndio, Raul Padilla dá vida a Gerúndio e Angelines Fernández é Socorro. Chespirito e Rubén Aguirre continuam nos mesmos papéis. É uma versão que pouco deve à original, mais porque Ramón Valdez interpretava Gerúndio, e isso basta para considerarmos qualquer comparação uma heresia... O texto e as situações são basicamente os mesmos da versão que conhecemos. Uma das raras diferenças é que os dois patriarcas dizem seus nomes completos. O personagem de Chespirito, que na versão clássica chama-se Coronel Ramírez, virou CHANFLE CHARRITO CHOPIN DE CHOCOLATE E CHALOUCO. Engraçadíssimo, pois o nome,  aproveita uma expressão corriqueira dos seriados (chanfle), dois personagens vividos por Bolaños (Charrito e Chopin) e, por fim, o pivô da grande polêmica do meio CH de 2005 de que os nomes de Chaparrón e Chompiras nos DVD's seriam, respectivamente, Chalouco e Chocolate, segundo um trote. Muitos chmaníacos fervorosos se descabelaram, acharam que tudo aquilo era o apocalipse, e se enfezaram mais ainda quando souberam que tudo não passara de trote. eles ficaram chateados devido ao péssimo humor de alguns fãs descontentes com a brincadeira, que, em contrapartida, achei saudável e divertida. O nome parece até uma vingança  a certos chmaníacos, pois berriel  chega a largar, na voz de Gerúndio, um "SEU CHALOUCO", o chamando pelo sobrenome. Como Berriel se vangloria até hoje, ele conseguiu colocar os famigerados Chalouco e Chocolate nos boxes. Voltando aos nomes completos, o nome de Gerúndio: GERÚNDIO PARTICÍPIO DO PRONOME DO ADVÉRBIO POSSESSIVO. Isso mesmo, uma mistura sem noção de inúmeras formas gramaticais. E só pra constar: Tatá e Berriel estão muito bem na dublagem do episódio.: 
            A Lenda de Fausto[1982] Versão dos anos 80 para o episódio do Chirrin e Chirrión do Diabo, o roteiro também é idêntico ao original. A diferença é que Rubén Aguirre é Mefistófeles, María Antonieta de las Nieves  interpreta Margarida e Horácio Gómez Bolaños é o namorado de Margarida. Faço duas colocações: o que é a bizarra fantasia do diabo de Mefistófeles nesta versão do clássico de Chespirito? E, por fim, foi muito mal sucedida a pergunta de Fausto a Margarida: "Do que gosta mais, de um louro ou de moreno?". Quem adaptou o episódio  não deve ter se lembrado que, nessa ocasião, Fausto pergunta qual tipo de talher que ela prefere, de ouro ou de prata. Tentaram fazer com que ela optasse diretamente por "louro", ao invés de fazer Fausto trocar "ouro" por "louro" para enfim aparecer o papagaio na gaiola: -.
            DVD DO CHAPOLIN - O conteúdo é o mesmo do DVD original "Lo Mejor del Chapúlin Colorado vol. 6". Os episódios são "A Nova Lenda do Riacho Molhado[1985]", "Festival de Fantasias[1974]" e "Troca-Troca de Cérebros[1976]". Todos são episódios conhecidos, mas em diferentes versões das exibidas pelo SBT. Os dois extras são "O Agiota, a Ruiva e o Pobre[1983]" e "O Mistério de Chambón[1981]", inéditos e ambos da década de 80. Detalhe que há uma incrível falha no menu Episódios do DVD: quando você vai colocar no "Festival de Fantasias", acaba, erradamente, linkando para "Troca-Troca de Cérebros".
            A Nova Lenda do Riacho Molhado[1985] - Versão mais recente do episódio, foi gravado em 1985 com Chespirito já mais envelhecido e com uma barriguinha saliente começando a despontar. Nesta versão, Rubén Aguirre interpreta Riacho Molhado ("Zopilote Mojado" no original) e Horácio Gómez Bolaños faz o pai de Florinda. Só o que muda é o final, sendo o mesmo do "Abominável Homem das Neves" (presente no quinto box, a ser analisado na próxima ocasião): Chapolin começa a bater no ator que faz o Riacho alegando que precisa de um índio morto para o filme que está rodando. Para quem não se lembra, na versão original, não só Riacho (vivido por Carlos Villagrán) como também Chapolin são atores contratados pela comissão de turismo. Nada a ver a chata música de fundo, que toca durante todo o episódio.
            Festival de Fantasias[1974] - Primeira versão do clássico exibido no SBT. Trata-se de uma versão muito melhor, pois nela brilham Ramón Valdez e Carlos Villagrán, além das  aparições de Quico e chaves na festa. É um episódio  de duas partes, mas apresentado no DVD como um episódio único. O roteiro é o mesmíssimo da versão de 1979 que conhecemos, mas se destacam Peterete (Ramón Valdez) e sua fantasia de Pantera Cor-de-Rosa, Villagrán como o detetive e Rubén Aguirre como o dono da casa. Cenas de grande destaque: Quico aparecendo, de forma triunfal, soltando um "cale-se, cale-se, você me deixa louco". O bochechudo dá um empurrão numa figura, que vai direto ao sofá, e faz "gentalha, gentalha" num juiz de futebol; Villagrán fazendo uma hilária imitação de Jerry Lewis dançando com Florinda, que está parecida com aquelas bonecas das primeiras décadas do século XX (detalhe que ela se admira num espelho rachado antes de começar a dançar com Carlos); Edgar Vivar, como Papai Noel, desejando "merry christimas" a Peterete, e este perguntando "a mulher de quem?"; o juiz de futebol dando cartão vermelho a Chapolin depois que este lhe pendura uma tabuleta de "cego"; Peterete, após dar um cascudo no Chaves (que faz uma rápida aparição), responder "só não te dou outra porque eu sou a flor silvestre que perfuma os campos"; Chapolin largando que a vovó interpretada por Florinda veio fantasiada de "maracujá de gaveta"; Chapolin dizendo a Peterete que tem um primo que é ladrão e se chama Chompiras; Peterete aparece dando uma de leão da MGM num painel que está escrito "Churrisimos". Uma pena que devem ter cortado a cena em que Chompiras, disfarçado de pedra, topa com Peterete, pois já pula para o bandido fantasiado de Pantera-Cor-de-Rosa penteando a pedra para lhe acertar um tapa. E também não gostei muito da exclusão da piada "e da próxima vez, eu te disfarço de lista telefônica e arranco até a última página", trocada por "eu te disfarço de telefone público e encho seu nariz de moedas". Fora isso, é um episódio maravilhoso, um dos grandes momentos da história dos seriados!
            Troca-Troca de Cérebros[1976] - Segunda versão do episódio, gravada provavelmente um pouquinho depois da primeira. Ramón é o cientista maluco, e Rubén Aguirre um dos capturados para a terrível e diabólica experiência. No mais, Florinda continua sendo a jornalista, Horácio Gómez permanece eternamente como Pepe e Carlos como o cientista atrapalhado. A história não muda quase nada, e o nome do cachorrinho Tirolês é aproveitado, embora ele não tenha nome no áudio original. As diferenças: a parede de fundo do cenário é semelhante a uma colméia, e por isso, quando Chapolin aparece sentado nela, Ramón pensa que o herói é uma abelha; e com relação às duas versões conhecidas do episódio, nesta a porta do laboratório se abre quando se sobe uma lâmpada ao invés da conhecidíssima vela no candelabro. Por isso, infelizmente, o lendário "Pepe, já tirei a vela" não pôde ser usado. A frase foi trocada pela também divertida "Pepe, já subi a lâmpada". E na ausência de Edgar Vivar, cabe a Rubén Aguirre fazer o papel do homem pesado, de maneira a Carlos pedir um baú só pra ele. Outras observações: foi aproveitado o "ideota" sinônimo de "grande idéia" sempre presente em vários episódios do Chapolin e Pedro de Lara foi mais uma vez homenageado, já que Chapolin assemelhou a voz de Florinda após o transplante à do folclórico jurado de Silvio Santos.
            O Agiota, a Ruiva e o Pobre[1983] - Esquete dos anos 80 em que Chespirito interpreta um proprietário de casa de penhores que costuma cobrar juros altos para devolver os objetos penhorados. Ele encara a senhora (Angelines) a quem emprestou dinheiro para pagar a conta do hospital onde teve seu filho e um mendigo (Horácio) que decide penhorar sua arma. A senhora adquire o revólver e ameaça o agiota, que é forçado a entregar o objeto empenhado por Angelines: o próprio filho recém-nascido. Tatá acaba forçando um pouquinho a barra ao fazer um sotaque português para Chespirito. E só para lembrar: se o produto está perfeito, cliente satisfeito!
            O Mistério de Chambón[1981] - Em outro esquete dos anos 80, Cândida (Florinda) fica aflita com a crise de sonambulismo que assola as pessoas que a cercam. Ela chama o médico, enquanto seu vizinho e colega de trabalho Vicente Chambón (Chespirito), sua tia (cuja cara não aparece, mas que vive implicando com Chambón), a nova vizinha (María Antonieta) e seu pai (Edgar Vivar) a atazanam andando para todos os lados de sua casa como sonâmbulos. Destaque para as cenas em que María Antonieta beija Chambón a cada vez que ele diz "vizinha" (e sua posterior confissão de que ela sonhava que beijava um cachorro velho); María fingindo que está tocando piano e Chambón e Edgar como sonâmbulos dançando comicamente; e a cena final, em que o médico (Horácio Gómez) também entra na casa de Florinda como sonâmbulo. Muito bom episódio!
            DVD DO CHESPIRITO - Os episódios contidos são "Manual de Defesa Pessoal" (Chompiras)[1982], "A Disputa pelo Sítio" (Chaparrón)[1982], "Férias na Prisão" (Chompiras)[1983], "Cantemos Vitória" (Chaparrón)[1980], "O Mendigo na Praça" (Chapatin)[1983], "O Crime mais Abominável de Nossas Vidas" (Chompiras)[1982], "O Emprego Ideal" (Chaparrón)[1983] e "Os Exercícios Físicos" (Chapatin)[1982]. Todos inéditos no país,  da década de 80, o disco apresenta o extra "O Bar que Fecha só Depois do Último Cliente[1974]", tambem inédito dos anos 70. Uma reclamação a ser feita: os DVD's 4 e 5 de Chespirito vieram com problemas, pois um de meus aparelhos de DVD's faz uma leitura muito irregular dos discos. Ora as introduções não aparecem, pulando direto para o menu; ora a reprodução do DVD trava no último episódio e sequer lê o episódio extra. Coloquei em outro aparelho os discos e as reproduções ocorrem normalmente, apesar de algumas falhas no episódio extra do bar no DVD número 4, com a imagem dando alguns breques, apesar que o episódio é reproduzido tranqüilamente até o seu final.
            Manual de Defesa Pessoal[1982]Chompiras e Botijão se queixam que cada dia está mais difícil se assaltar, pois as pessoas estão mais precavidas, escondendo suas carteiras e se defendendo melhor. Chimoltrúfia sugere que a dupla aprenda lições de defesa pessoal e Chompiras, a cada vez que lê uma das lições, pena, já que Botijão as pratica nele mesmo. Até que Chompiras se vinga, fazendo com que Botijão fique encurvado, dando uma gravata leve nele para que o gatuno bata sua carteira, colocada no bolso de trás do marido de Chimoltrúfia. Um bordão é criado para Botijão: "Foi a gota d'água", dito sempre antes dos famosos tapas em Chompiras antecedidos pela penteada.
            A Disputa pelo Sítio[1982] Chaparrón e Lucas decidem saber do sítio que os vizinhos estão vendendo. Chaparrón pensa que é um vaqueiro e arma a maior confusão quando um comprador de verdade do sítio (Raul Padilla) aparece. A dupla alega que Raul quer roubar o sítio dos vizinhos (Florinda e Horácio), que acabam acreditando na história dos loucos e aplicando a maior surra em Raul. Excelente episódio do Chaparrón! Lucas ganha um novo bordão: "Menino". E como são episódios mais antigos, neste DVD não ouvimos o bordão "não há de queijo, só de batata", e sim "não tem de queijo".
            Férias na Prisão[1983] Chompiras é preso pelo Sargento Refúgio (Rubén) e fica na mesma cela que Botijão, que possui uma arma dada por Chimoltrúfia durante uma das visitas ao marido. Porém, as balas dadas por ela não são compatíveis com o tambor do revólver. Entre tantos tapas que Botijão acerta em Chompiras, eles tramam um plano para escapar da prisão. Botijão se passa por doente e rende Refúgio com sua arma, enquanto Chompiras toma o revólver do Sargento. Com as duas armas, a dupla confessa que a arma de Botijão não tem balas. Porém, o Sargento conta que a dele também não tem e, assim, o plano de fuga fracassa.
            Cantemos Vitória[1980] -Continuação do episódio "A Grande Guerra", presente no box 3. Chaparrón e Lucas continuam pensando que estão num front de batalha, quando na verdade não passa de uma construção. A dupla duela com os operários (Edgar e Horácio) e, entre outras maluquices, imaginam estar num avião. Lucas inclusive confidencia a sua altura a Chaparrón: "Um e noventa e cinco, sem sapatos". Quando Horácio acerta Chaparrón com um tijolo, ele diz que o "avião" (na verdade, um andaime) foi danificado e que só há um pára-quedas (o mesmo guarda-chuva quebrado do box anterior). Enquanto Lucas tenta fazer uma "aterrissagem forçada", Chaparrón pousa ao solo com o guarda-chuva, em mais um dos inconfundíveis chroma-keys by Chespirito. Ao final, Chaparrón e Lucas cantam vitória: "vitória, vitória, da cor do café/se não me quiser/vou embora a pé".
            O Mendigo na Praça[1983]Remake do antigo episódio em que Chespirito vive o homem que é assaltado pelo mendigo e da aventura do Chapolin "Pedintes em Família". Dessa vez, o mendigo é vivido por Rubén Aguirre, a vítima é o Dr. Chapatin e a mendiga é Angelines Fernández. Rubén, também muito bem como o mendigo, rouba o dinheiro do médico e de Angelines, que toma a arma dele e o espanta. Como ela fica com todo o dinheiro que o mendigo roubou, Chapatin decide pedir esmolas. Destaque para Chapatin tentando lutar com o mendigo. O doutor se atrapalha e acaba caindo. Rubén toma a grana de Chapatin e diz "escorrega essa grana" de forma engraçada, já que, no original, ele fala "velho bobo" (até na legenda aparece assim). O "escorrega" é referente às versões anteriores do episódio e também de um dos esquetes de Chompiras e Peterete. Também poderia ser usado "cai aqui com essa grana"
            O Crime mais Abominável de Nossas Vidas[1982]Expulsos do sindicato de ladrões, Chompiras e Botijão decidem cometer um crime que consideram abominável para retornar ao sindicato: roubar uma escola. Lá dentro, eles começam a se recordar do tempo em que estudaram naquela mesma sala de aula, e inclusive Botijão cita que foi ali onde conheceu Chimoltrúfia. Depois, a dupla reflete que o que fazem é errado e desistem de roubar a escola. Botijão resolve jogar fora sua arma e acerta Chompiras. O gordo, no fim, acaba sendo admitido de volta ao sindicato por ter agredido um "homem pobre e indefeso".
            O Emprego Ideal[1983]Chaparrón deseja conseguir um emprego, e Lucas dá a idéia dele atuar como cabeleireiro. E acaba sobrando para os vizinhos. A pentelha Florinda, que vem pedir uma xícara de café, seu pai (Horácio) e até Lucas acabam tendo suas cabeças enfeitadas com shampoo (daqueles de spray, lembrando o episódio "Seu Madruga Cabeleireiro"). No fim, Horácio fica carequinha, carequinha (dá pra notar, nitidamente, que a careca é postiça). Uma pergunta: qual a moral daquela dancinha de Chaparrón e Lucas ("desse emprego eu não gosto, la la li li ron")? 
            Os Exercícios Físicos[1982]O melhor episódio do DVD. Chapatin, recomendado por seu amigo (Raul Padilla), resolve fazer exercícios numa academia. E prossegue uma série de trapalhadas, com Chapatin tomando socos do saco de areia, do figurante narigudo (que atua como um boxeador), se enrolando com o elástico e com os demais aparelhos. Num desses acidentes, Chapatin acaba indo contra a parede e derrubando tudo. O policial (Horácio Gómez Bolaños) decide levar Chapatin para a delegacia, mas o médico foge dele. Uma perseguição cômica ocorre dentro da academia, com Chapatin jogando tudo em cima do guarda. No fim, Chapatin escapa e o policial decide levar Raul preso pra não perder o dia. Talvez o melhor esquete do Chapatin, só perdendo, é claro, para o antigo em que o doutor atrapalha o casamento da enfermeira..
            O Bar que Fecha só Depois do Último Cliente[1974] Esquete dos anos 70, um remake foi exibido no Clube do Chaves em 2001. O garçom (Chespirito) e o dono do bar (Ramón Valdez) estão loucos para fechar o estabelecimento, mas têm de esperar um casal de namorados (Carlos Villagrán e Florinda Meza) que, apaixonados, não deixam o lugar, pois um fica admirando o outro. Eles fazem de tudo pra mandar o casal ir embora, mas sem sucesso. Até que Ramón dá sua arma para que, com o tiro, espante Carlos e Florinda. Chespirito dispara, e eles deixam o bar. Porém, o garçom mirou a arma para Ramón, que cai morto (não se vê sangue saindo do dono do bar). Há uma falha na dublagem, em que Chespirito fala alguma coisa pra Ramón, que responde normalmente. A voz de Tatá não é ouvida na cena. Não sei se deu falha no áudio de Tatá
            


Algumas curiosidades da dublagem nos estúdios Gábia, postadas pelo Berriel. Cecília Lemes (Chiquinha) interrompeu as gravações e chorou durante a dublagem de um episódio de Natal em que o Chavinho dá seu brinquedo de presente a outro menino pobre. Nelson Machado (Quico) não aceitou algumas sugestões de texto do Fã-Clube. Na verdade, ele aceitou a maioria sim, mas algumas ele acaba mudando na hora. Ele é o dublador que executava o trabalho de forma mais rápida. Às vezes ele nem ensaiava e já ia gravando uma cena inteira, quase sem olhar para o texto (e por isso acabava criando coisas na hora). E nos intervalos, ele aproveitava para beber muita água e fumar um cigarro. Já Marta Volpiani (Florinda) concordou que a voz da Florinda estava um pouco mudada por culpa da Chimoltrúfia. E a voz da Florinda está mais suave. Sobre Carlos Seidl (Seu Madruga, acima encarnando o personagem), ele conseguia gravar um box inteiro em um único sábado. Como ele trabalhava na Herbert Richers de segunda a sexta, ele só podia ir a São Paulo aos sábados. Acabava gravando um box inteiro, e olha que o Seu Madruga é o personagem que costuma mais ter falas nos episódios de Chaves.
                                                                                                                                                                       A Globo não esconde sua admiração pelos personagens de Chespirito, o site do Globo Esporte resolveu fazer um joguinho de Flash em que Tyson encara diversos adversários curioso. Um deles trata-se do Chapolin Colorado. Você pode escolher para lutar com o Tyson, além do Polegar Vermelho, adversários como Maguila, Clodovil, Daniela Cicarelli, Chuck Norris, Obina, entre outros. É um joguinho tosco, mas dá pra perder um pouco de tempo e acertar Tyson com a marreta biônica (amarela). infelizmente o joguinho já saiu do site.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           Uma grande prova da remasterização de imagens promovida pelo SBT esta na figura ao lado. A imagem antes esbranquiçada do maravilhoso episódio "Não te Enrugue Couro Velho que te Quero pra Tambor" despontou, no canal tbs, repleta de cores, quase ausente até a última exibição em 2015.

 O porto-riquenho Reniet Ramirez, postou um vídeo que mostra Ramon Valdéz, como Seu Madruga, em um programa do Chile em 1982. Ele conta várias piadas, como "quando era criança, lavava mangueiras, só que por dentro", canta uma música e fala que gosta muito de comer (mas que tem tendência natural para emagrecer).  Imortal Monchito! 

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