quarta-feira, 14 de outubro de 2015

                                                                             - Alguns episódios de foram dublados mais de uma vez:
Desjejum do Chaves (Parte 2)

A mais tradicional:
- Tem como fundo musical no fim do episódio (onde Chaves dorme na porta de Madruga com a câmera se afastando) a canção que inicia o episódio do Ladrão da Vila (e que toca constantemente nessa história, uma em que a flauta e o violão entoam uma cantiga triste). 
Quando Seu Madruga diz que Seu Barriga tem um coração tão grande que não lhe cabe no peito, Chaves responde "Ah, então por isso que desceu pra barriga!".
- Na parte em que Quico diz que Nhonho precisa de um banho de acento, Chaves coloca que Nhonho precisa é de um banho de piscina olímpica.
A outra versão: 
- Se encerra com uma música diferente, onde o violino se destaca (a abertura, antes sempre cortada pelo SBT, tem a locução de Osmiro Campos). E os dubladores parecem estar um pouco mais agitados, com vozes mais agudas e fortes.
- Na cena do coração que não cabe no peito, Chaves diz: "Ah, então foi isso que caiu no estômago!". 
- O banho de acento tem que ser de "a-duzentos".
A Carabina
Na mais tradicional:
- Seu Madruga, ao explicar pra Chiquinha o que irá fazer com a carabina, diz que ele não roubará um banco, e sim o banco é que o roubará.
- Chiquinha, na última fala do episódio, diz: "O encontro de dois mundos".
Na outra versão:
- Seu Madruga explica que com aquela carabina ele poderá encontrar algum coiote perdido (e também afirma que a carabina não dispara por ela ser de Sorocaba). 
- Chiquinha fala: "A trombada de dois mundos".
Bilhetes Trocados
Na primeira dublagem:
- Quico, ao sentar Madruga em sua cadeira de balanço, aponta para o jornal e diz "Olha que interessante, ó!". 
- Chaves pergunta: "Seu Madruga, sua avozinha joga futebol?". Após bater no menino, Madruga diz que sua avó pertencia à Sociedade Protetora dos Animais.
- Quando Seu Madruga diz ao Professor Girafales que Chaves está de prova, este responde: "Ih, lá vem encrenca...".
- Chaves diz, ao ler a carta de Girafales "No porquê de minhas três tezas".
- Chaves diz a Seu Madruga que o padeiro "o esmagará feito batata".
- Segundo Chaves, "epístola é uma pistola com alpiste".
- Chiquinha, ao ver o pai apanhar de Dona Florinda e Professor Girafales: "O que eles farão?".
Na segunda dublagem exibida até hoje:
- O bochechudo fala "Tava lendo aqui, ó!".  
- A pergunta é "Seu Madruga, sua avozinha é ponta-direita?". A resposta de Madruguinha: "Minha avó foi centroavante do time da minha cidade".
A resposta de Chaves: "Eu não sou sua mãe, nem nada!".
- Melhora um pouco a piada com "No parque de minhas três Terezas".
- Chaves diz ao pai da Chiquinha que o padeiro "fará picadinho do senhor".
- Para Chaves, "epístola é uma carábina, só que menórzinha".
- Chiquinha pergunta: "O que vão fazer com ele?".
O Belo Adormecido
Esse possui três dublagens diferentes, sendo que a segunda é a mais comum. A primeira era exibida até 1990. Na segunda, a brincadeira se chama "Enfeitiçado" e na terceira (como na primeira) é "Encantado". Outras diferenças entre as três dublagens acontecem na hora em que Chiquinha pergunta pra Quico se ele também vai beijar o Chaves: na primeira dublagem, a antiga, Quico diz: "Eu não! Nem se ele fosse um amuleto de boa sorte". Na segunda, a mais exibida, o bochechudo diz: "Que é isso? Nem se ele fosse o bailarino do municipal". E na terceira, ele fala: "Nem se ele fosse pintado de ouro".
Chifrinhos de Nozes
Na versão original, Chaves falava de seus amigos chilenos e dos catitos para o Professor Girafales. Na segunda versão, no ar atualmente, Chaves fala dos amigos gaúchos e do chimarrão na mesma cena. Sem contar que, na primeira versão, a reação de Chaves, Madruga e Chiquinha ao perceberem algo queimando na casa de Florinda se resumia num esquisito "GRUPO! PÉRA! EITA!". Na segunda, os três berram "NÃO DIGA! DIGO! QUE COISA!"
Chapolin e Leonardo da Vinci
Na primeira dublagem, apresentada até 2000, na cena em que Leonardo pede para que Lorenzo de Médicis pose como se estivesse apontando uma espingarda com a mão esquerda na cintura, o malandro Leonardo dá um show de humor ao largar um cômico "Ai, chuchu". Na segunda, exibida em 1998 e em 2006, ao invés de "Ai, chuchu", Leonardo diz a frase meio sem nexo "Ah, divino es".
Cleópatra e Júlio César
Na mais primeira não mais exibida:

- Mário Villela dubla Metamorfosis (Horácio Gómez Bolãnos).

- A personagem de Rosita Bouchot chama-se Artritis.

- Júlio César, perguntado sobre para que lhe servem os gladiadores, responde que estão todos "atlás das glades". 


- Cleópatra pergunta se Júlio César não tem lacaios, e ele responde que uma lacraia picou seu braço.

- Marco Antônio deseja saber o nome do marido da Sophia Loren.


Já na segunda dublagem:

- Silton Cardoso dubla Metamorfosis

- A linda morena que lhe cortaram a língua é Artrite

- Júlio diz que os gladiadores lhe servem Coca-Cola.

- Cleópatra pergunta se ele não tem escravos. Resposta: "só essa que eu comprei na Praça da República".

- Marco Antônio tenta se lembrar do nome do marido de Luiza Brunet.
Porca Solta
Na dublagem original, o nome do louco é Porca Solta. Na segunda, apresentada atualmente, é Poucas Trancas (como no original).
Tocando Violão
Na dublagem exibida até hoje:

- Seu Madruga, após bater no Chaves, diz que sua avó fundou o Trio Irakitan.

- Quando Dona Florinda fala para Quico: "onde vamos achar um professor de violão?", aparece a cena em que o Professor Girafales está tocando o instrumento e só se ouve o seu som, com a imagem escurecendo.

- Seu Madruga, ao perguntar a Chaves sobre a batida de um bolero, recebe como resposta: "a gente pega o bolero e bate assim". Madruguinha, na seqüência, pergunta: "você conhece a batida rancheira?". "Com limão e vodca?", responde Chaves.

- A música cantada é "Quero ver outra vez, seus olhinhos de noite serena". E o som do violão é uma espécie de sonoplastia da dublagem. Daí o fato de sempre ecoar um som bonito do instrumento mesmo quando maltratado pelo Chaves...

Já na primeira dublagem:

Segundo Madruguinha, sua avó fundou o Demônios da Garoa.

- Quando aparece esta cena do professor tocando o violão, se escuta um monte de aplausos e um assobio forte.

- A resposta de Chaves sobre a batida de um bolero: "um casaco curto e sem manga". E a batida "da" rancheira: "com bolsinho e com espora".

- Professor Girafales canta: "A BELEZA DA noite serena". Já Seu Madruga entoa: "Seus olhinhos NA noite serena". E o som do violão é natural mesmo, representando exatamente os maltratos de Chaves para com o instrumento. Sem contar que Chaves chega a dizer que tocará como o Chico Buarque.
 há também vários episódios que foram redublados, porém as outras versões de suas dublagens não são mais apresentadas. Exemplos:
O Frango de Dona Clotilde 
Confusão no Cabeleireiro
As Crianças ficam de Recuperação na Escola -
Querem dar banho no Chaves
Pintando a vila parte 2
A Festa da Boa Vizinhança parte 3
A Máquina de Lavar - 
O Aniversário do Seu Madruga
Amarelinhas e Balões
Chapolin e o Pirata Alma Negra
Em 1984, os episódios de Chaves eram exibidos semanalmente no Brasil. No México, sempre foram semanais. Por isso que, na dublagem de episódios como "Seu Madruga Professor" e "O Julgamento de Chaves", Professor Girafales diz que o desfecho dessas histórias ocorrerá "na próxima semana". É de admirar que o SBT, que redublou tantos episódios, não tenha feito uma nova dublagem nessa parte, a transformando em "no próximo programa" para ficar mais apropriado.
O Professor Girafales teve dois dubladores. O primeiro se chamava Potiguara Lopes  e dublou o personagem em episódios como "Caçando Lagartixas", "Ano Novo na Casa do Seu Madruga" e "Ano Novo Musical". A frase que ficou mais famosa em sua voz é "Pegue esse charuto e me dê o estilingue!". O segundo é Osmiro Campos, que dubla Rubén Aguirre na ampla maioria dos episódios e também o dublou no Clube do Chaves e atualmente nos DVD's da Amazonas e no desenho animado. 
No segundo episódio do "Despejo do Seu Madruga", Quico diz que seu pai foi engolido por um tubarão. E a frase que ele diz é "descanse em pez", que foi traduzido para "descanse em pança". E "pez", em espanhol, significa "tubarão".

Algumas vezes Quico diz "Licença" ao invés do clássico "Não deu". Para quem não sabe, em espanhol, o "Não deu" de Quico é "Me doy".

Por que um episódio possui mais de uma dublagem? Segundo o que um jornalista explicou, Chaves é rodado no antiquado sistema quadruplex. E, nesse equipamento, o som é gravado separadamente. O som da dublagem vai em um cartucho, como os que eram usados nas rádios FM até poucos anos atrás. Quando esse cartucho apresenta problemas, é usado outro. Por isso algumas ressurreições de dublagens com Sandra Mara Azevedo, quando já existe uma versão nova das dublagens, como o caso do "Enfeitiçado/Encantado", ou na segunda parte do Desjejum do Chaves.
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Marcelo Gastaldi, o lendário dublador do Chaves, antes de iniciar essa carreira de dar vozes a personagens, era vocalista de um grupo da Jovem Guarda.

Chespirito, no original, irritava Seu Madruga ao chorar, pois entoava um pipipipi super agudo. Gastaldi colocou em Chaves um pipipi mais baixo e suave.

No original, Chaves vive chamando o Seu Madruga de Ron Damón (no caso, o certo seria Don Ramón). Inclusive na música “Que bonita vencidad” ("Que bonita sua roupa") cantada em espanhol, ele usa esta expressão. No entanto, na dublagem, Gastaldi fala a expressão "Meu Sadruga" só uma vez, no episódio "A Proposta".

Na primeira parte de "Falta d'água" (segunda versão), o áudio da dublagem de Helena Samara (Bruxa do 71) é rigidamente cortado na hora em que ela canta "Lata d'água na cabeça". Nota-se isso claramente, pois seu áudio é interrompido na hora em que ela diz "Maria" ao entoar a frase "Lá vai Maria". Se ouve "Lá vai Ma...". O som da Bruxa desaparece como que por bruxaria dela... O mesmo acontece em "A Venda da Vila": Chaves chora após tomar um cascudo de Seu Madruga. E o som de seu choro some de uma hora para outra na hora em que Madruga diz "A mim também escapuliu o cascudo que lhe dei". Enquanto Madruga diz a frase, dá até para ouvir o choro de Chaves num tom baixíssimo.

No primeiro episódio de Chaves dublado, "O Caçador de Lagartixas", ao invés de Chaves dizer normalmente "Eu não queria mesmo" após Chiquinha dizer que iria comprar uma laranja e não lhe daria, Gastaldi dubla "Ah, tô fazendo regime". Dá para ver nitidamente que Chaves diz na hora a clássica frase "Eu não queria mesmo" na cena. Como foi simplesmente o primeiro episódio dublado da história do seriado, é óbvio que diversas mudanças no texto original ocorreram naturalmente, com a supressão de alguns bordões.
O célebre e hilariante diálogo do episódio da Cleópatra e Júlio César  ("Não deves temer nada! Há homens que te defendem! Senão para que servem os gladiadores?", "Estão todos atrás das glades", "Para que servem os centuriões?", "Servem para que não me caiam os calções") foi criado por Marcelo Gastaldi. O saudoso dublador do Chaves também tinha um dom de inventar diálogos maravilhosos. Quer outro exemplo? "Seu Churro tá aqui o madruga..." também é de auditoria do gênio e saudoso Gastaldi, que ainda improvisou no episódio do Futebol na fala "micofrone, parece que tô falando guegro".

Há quem pense que, no começo do episódio do Sympatho Yamasaki, o nome do "honolável" samurai e pai da gueixa (Florinda) seja Sai Por Aí Tá Por Aí. Na verdade, ela explicou nessa cena que seu pai "saiu por aí e estava por ali". Quando o Samurai (Ramón Valdez) aparece, ela o apresenta ao "honolável" Medidor de Luz (Carlos Villagrán) com seu verdadeiro nome: Caçamba Urinawa.

No original, Ramón Valdez fala meio berrando. Carlos Seidl, que também é ator (já trabalhou em "A Próxima Vítima", "Malhação", "Celebridade", "América", "JK" e "Páginas da Vida", entre outras produções), tratou de dar uma voz mais light ao Seu Madruga. Seidl também dirigia a dublagem do desenho animado do Chaves nos Estúdios da Herbert Richers, no Rio de Janeiro.

Em "As Escavações", o dublador de Seu Madruga Carlos Seidl faz Ramón dizer que vai falar com o Bush para protestar o envio do atrapalhado Chapolin ao invés do Batman. A piada foi dublada em 1990, quando George Bush pai era o presidente dos Estados Unidos. Por obra do destino, ela voltou a ser uma piada atual de 2001 a 2008, quando o filho George W. Bush assumiu a presidência da mais poderosa nação do planeta.

O quarto episódio da Festa da Boa Vizinhança não era exibido até 2014 pelo SBT provavelmente por causa do poema de amor declamado pela Bruxa do 71. O poema é repleto de trocadilhos com o nome "Ramón" e esse pode ter sido o motivo por ele não ter sido dublado. No mesmo episódio, Dona Florinda e Professor Girafales cantam uma música mexicana juntos e Quico faz um número de mágica. Por isso, o SBT costuma cortar o fim do terceiro episódio quando Chaves diz "Boa vizinhança é os vizinhos se dando bem, se entendendo e não brigando". Tanto que eles trocaram todo o texto em que Chaves anuncia o próximo episódio (trecho que geralmente é cortado) por mais ou menos assim "Qualquer dia desses aprontaremos mais palhaçadas", citando todos os personagens, dando uma risadinha quando Chaves fala do Girafales, que no fim ergue Seu Barriga durante a briga.
Nos últimos episódios da fase clássica dublados (do lote de 1992), as músicas de fundo do seriado passaram a ser as versões instrumentais das canções do disco do Chaves, lançado em 1989.



 
Ou seja, todos esses episódios ficaram bem musicados. Em episódios desta fase, com a dublagem colocando músicas em quase todas as cenas, é possível ouvir as canções do Seu Madruga e do Quico cantadas em vários episódios como a primeira parte do Festival da Boa Vizinhança e o doLeite de Burra, além, é claro, de suas versões instrumentais. Também ouvimos a versão instrumental da música de Chiquinha em episódios como "Miss Universo" e o episódio da escola onde Chaves vira a carteira para trás para olhar Paty (onde ouvimos outra parte da música do Seu Madruga cantada, além de "Legalzinha a Sua Roupa", versão do disco para "Que Bonita Sua Roupa"). É possível ouvir a canção da Chiquinha cantada no episódio onde Chaves passa mal no Restaurante. A versão instrumental de "Quero Viver Dançando" era o fundo oficial dos flertes de Dona Florinda e Professor Girafales. De vez em quando era tocado o instrumental de "Tchuin Tchuin Tchun Clain", versão do disco para a canção dos Anões. As cenas engraçadas ainda tinham o acréscimo de divertidas sonoplastias (lembram-se daquela tocada na primeira parte da Boa Vizinhança depois de Florinda dizer ironicamente para Madruga que quer ver sua linda cara?). Mas quem disse que as musiquinhas do disco nunca foram utilizadas no seriado antes da dublagem de 1992? "Aí Vem o Chaves" (autoria de Mário Lúcio de Freitas), que até hoje anima a abertura do seriado, já era o fundo da antiga abertura (a que Chaves sai de dentro do barril e aparece o seu nome escrito em vermelho). E já nos episódios do lote de 1990, sempre estava presente na trilha do seriado a versão instrumental da canção "Contos de Fadas" do disco do Chaves. É óbvio que essas músicas do disco não fazem parte do fundo musical original. Chespirito sempre utilizou como trilha sonora músicas clássicas, que podem ser conferidas nos episódios de 1973 a 1995.

Nestes episódios dublados a partir de 1992, as clássicas claques (as risadinhas) que muitos comparam a cachorros latindo ou ao som da descarga seriam substituídas por outras normais, também ouvidas em séries como "Um Maluco no Pedaço", além de muitas sonoplastias junto às canções instrumentais do disco. São características de Festival da Boa Vizinhança parte 1O Desjejum do Chaves parte 1Leite de BurraMiss UniversoA Escolinha do Professor Girafales, entre outros. E muitos dos novos episódios do Chapolin exibidos em 2006 e 2007 são desse lote de 92, com as claques diferentes.
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No episódio "Vamos ao Cinema", o filme a que Chaves se refere é El Chanfle, protagonizado por Chespirito e toda a turma. Porém, como esse filme nunca fora exibido no Brasil, a dublagem brasileira o transformou em "filme do Pelé". Ou seja, o responsável pelo sucesso da frase "Teria sido melhor ir ver o Pelé" foi a dublagem. E o episódio, de 1979, era uma autêntica propaganda do filme "El Chanfle", lançado no mesmo ano.

 
Em algumas ocasiões, é possível identificarmos os anos em que um certo episódio foi dublado. Um claro exemplo: as duas versões de "Casa Mal-Assombrada" do Chapolin. Em ambas, o mordomo diz que serviu ao falecido avô do personagem de Carlos Villagrán durante 300 anos. Na versão mais antiga, Florinda Meza diz: "Então você mora aqui desde 1684?" (ou seja, a frase foi dita em 1984) e na mais nova ela diz "Então você mora nesta casa desde 1690?" (ou seja, a frase foi dita em 1990). É certo que esses foram os anos em que diversos episódios das séries foram dublados. Sem contar o episódio da chegada de Dona Neves, quando Chaves, ao ler a carta para a Chiquinha (a mesma em que se pode ler 1979), diz 1985 (quer dizer, oitenta e cinto - também dito no "O Bilhete de Loteria", dublado no mesmo ano).

 
 
O sentido da piada do "B" grande e do "b" pequeno é devido ao fato de "b" pequeno em espanhol ter som de "v" e não por ser nome próprio ou substantivo comum, tanto que Seu Madruga (e Chiquinha posteriormente) completa com "Se for bala pequena, é calibre (V)inte dois, e vinte dois é com "b" pequeno (ou bala pequena)". Por isso, a piada não tem sentido aqui no Brasil.
As vozes de Chaves e Quico estão mais agudas do que o original em episódios como "Caçando Lagartixas" e "Seu Madruga Leiteiro", pois foram um dos primeiros dublados pelo SBT. Chapolin também tinha uma voz bem mais aguda em episódios como "Cleptomaníaco" e "O Anel Mágico". É que essas histórias foram dubladas no ano de 1984. Na época, Gastaldi e Nelson Machado (que dublou Quico) procuravam dar uma voz padrão para os personagens. No mesmo ano, Chiquinha era chamada de Francisquinha e Seu Madruga era chamado de Seu Ramón.
É normal um sanduíche de presunto ser vendido na primeira esquina que você procurar? Aqui não, mas no México sim. Simplesmente a dublagem poderia abrasileirar, colocando no lugar "cachorro-quente". Mas o nome sanduíche de presunto foi mantido em todos os episódios, com exceção de Acapulco, onde Chaves pede ao garçom o famoso pão com salsicha após destruir quase todo o restaurante, e no episódio do Exame de Admissão, quando Chiquinha responde como são os cachorros no sertão do Ceará. Na verdade, Chavinho pede um sanduíche de presunto, pois no mesmo episódio abrasileirado também trocariam o nome "Acapulco" por "Guarujá".
No final de um episódio em que Quico perde o seu cão Madruguinha, há um trecho que foi e posteriormente cortado, porque se refere a um episódio que ficou quase vinte sem anos sem ser exibido: "O Ratinho do Quico.  "Quer saber o que vai acontecer com este? Este ninguém me tira! Afinal, sou um homem ou um rato?". O episódio do Ratinho voltaria a ser apresentado pelo SBT em 2007, depois de estar incluso no DVD da Imagem Filmes.
Em "Bilhetes Trocados", um dos episódios que tem duas dublagens, na versão exibida mais regularmente ocorria uma falha no som no começo da história, quando Seu Madruga pergunta para Chaves: "A cadeira se mexe sozinha?". Ficava um enorme silêncio entre a parte em que Madruga faz a pergunta e a que Chaves balança o pai da Chiquinha na cadeira na seqüência da cena. O silêncio era interrompido pelas risadas de praxe. Até que o SBT aproveitou para corrigir a falha com a fala da segunda versão da dublagem na mesma cena. Dá para notar nitidamente isso pelas risadinhas de fundo que surgem enquanto Madruga executa a fala. Quando ele acaba de falar, volta o profundo silêncio de uma hora para outra.
o dublador do Quico Nelson Machado disse que cada dublador fazia a sua parte sozinho, ou seja, não se juntava elenco no estúdio.

Nelson Machado,  também alegou que traduziu a grande maioria dos episódios de Chaves e Chapolin. Ele também era diretor de dublagem da MAGA. Além disso, o dublador também disse que vários episódios eram dublados por dia. Osmiro Campos, por sua vez, colocou que assumiu a voz do Professor Girafales porque seu dublador original, Potiguara Lopes, preferiu ficar apenas com a tradução dos textos. Osmiro também disse ter dirigido a dublagem da fase clássica dos episódios.

Conhecido por seu forte temperamento, Nelson não chegou a um acordo financeiro com a Herbert Richers para dublar Quico na versão animada da série. A voz do filho de Dona Florinda no desenho foi assumida por Sérgio Stern. O desacerto facilitou a organização da dublagem da série "Ah que Kiko!".

O primo do Seu Madruga, Seu Madroga, é dublado, na primera dublagem de 1988 pelo mesmo homem que empresta a sua voz para o Seu Furtado, o ladrão da vila, para o galã Hector Bonilla, mais Seu Calvillo, o homem que tenta comprar a vila do Seu Barriga. O nome do dublador é Luís Carlos de Moraes.

Os choros dos personagens também foram evoluindo nas vozes dos dubladores. Gastaldi dublou, no episódio "Seu Madruga Leiteiro", um "pãpãpãpãpã" no momento em que Chaves entra no barril após levar uma bronca do pai da Chiquinha. Depois, no episódio do Ano Novo na casa do Madruga, o choro virou "mimimimimi". Até que ficou o "pipipipipi" original. Nelson Machado colocou, no episódio "Caçando Lagartixas" (o primeiro episódio de Chaves exibido e provavelmente o primeiro a ser dublado), um choro normal para Quico ao invés do "Arrrrrrr". Depois, ficou o choro tradicional. Nos dois episódios citados (Leiteiro e Lagartixa), Chiquinha, dublada por Sandra Mara Azevedo, na hora de chorar, primeiramente dava um grito "AAAAAAAA" e depois sussurrava um "B, C, D, E, F.

Em alguns episódios, como "Radinho do Quico" e "Churruminos", ao invés do tradicional "Pois é, pois é, pois é", sandra mara dublou, respectivamente, "olha, olha, olha" e "imagina, imagina, imagina" na voz da Chiquinha.
A personagem Pópis começou fanha, mas Chespirito tirou a personagem do ar após receber a carta de um pai cujo filho tinha esse problema e todo mundo ficava gozando dele na escola. Pópis voltaria um ano depois, sem ser fanha. Na dublagem brasileira, aconteceu o contrário: nas dublagens mais antigas, Pópis não era tão fanha e passou a ser a partir de 1990. Percebe-se que a dubladora Marta Volpiani (de Florinda), durante o episódio do Madruguinha, começa com uma voz normal e aos poucos vai construindo uma voz mais fanha (embora tímida, em relação a voz que colocaria anos mais tarde).
Older Cazarré, dublador de Jaiminho e também ator de inúmeras novelas da Globo, morreu assassinado em decorrência de uma bala perdida em fevereiro de 1992, quando fora atingido enquanto dormia em sua casa, próxima do Morro do Pavãozinho (onde ocorrera o tiroteio). As primeiras fontes da morte de Marcelo Gastaldi contavam que ele teria morrido num acidente de carro em 1995, aos 50 anos. Porém, Mário Lúcio de Freitas, parceiro de trabalho de Gastaldi, desmentiu a história, confirmando que o dublador de Chaves morrera de baixa imunológica.
No episódio da "Casa Caindo de Velha", Florinda chama o proprietário da casa (Carlos Villagrán) de Senhorio. Muitos não entendem ou chegam a imaginar que o nome do cara é Will (Senhor Will). Na verdade, Florinda chama Carlos de Senhorio com todos os sentidos do mundo, pois o vocábulo "Senhorio" significa "proprietário de prédio que está alugado".
Nos primeiros episódios, Seu Madruga era dublado como Seu Ramón, seu nome original. Um exemplo claro é em "Seu Madruga Leiteiro". Quem não se lembra de Quico falando "Seu Ramón! Seu Ramónzinho! Fala comigo..."? . Na primeira versão perdida dos Toureiros, Chaves também chama Seu Madruga de Ramón, mesmo com o fato dele já ter sido chamado de Madruga antes.
O episódio do ano novo - em que estão presentes no pátio da vila inúmeros brinquedos do Quico - deve ter sido o primeiro em que a MAGA dublou em português as músicas cantadas, já que a voz de Girafales ainda era feita por Potiguara Lopes (famoso pela frase "pegue esse charuto e me dê o estilingue"). Anteriormente, tivemos uma pequena "canja" com a música "Um Ano Mais" cantada (e cortada) no final do episódio "Ano Novo na casa do Seu Madruga". Só que a música foi cantada pelos próprios dubladores naquela ocasião. Já nesse episódio dos brinquedos no pátio, foram entoadas três músicas: "Vem Brincar", "Ouça Bem, Escute Bem" e "Um Ano Mais". A primeira foi cantada num formato acústico só com violão e voz, sem o arranjo sintetizado da mesma canção entoada no episódio "O Garoto que Mentia" do Chapolin (dublada depois da versão do ano novo), cuja versão da série do Vermelhinho possui alguns erros na letra (como "A Brincar" ao invés de "Vem Brincar", que combina mais) e, na versão do ano novo, a letra é mais coerente (como no verso "pra meninos e meninas", que completa corretamente o trecho "coisas grandes, pequeninas", ao invés do "bicicletas, bailarinas" da versão do Chapolin). Incrível como a dublagem fez duas letras para a mesma música... E elas não foram cantadas pelos dubladores no episódio dos brinquedos no pátio (com a exceção de Gastaldi), pois notamos vozes diferentes quando Dona Florinda e Seu Madruga começam a cantar "Ouça Bem, Escute Bem" e quando os versos de "Um Ano Mais" são entoados na hora dos refrões (Gastaldi canta a parte solo). Cômica a atuação de um dublador que tentou dar uma de tenor na música "Um Ano Mais" (experimentem ouvir a música na última passada do refrão em que o verso "um ano mais" é cantado na canção - chega a doer nos ouvidos). Vale ressaltar que a versão de "Um Ano Mais" corrige o erro cometido pela dublagem no episódio do ano novo na casa de Seu Madruga, onde Chaves canta "Já PASSOU o ano novo" (trocando "passou" pelo mais adequado "chegou").
Sandra Mara Azevedo, a primeira dubladora da Chiquinha, é prima do ator Fábio Azevedo, que interpretou o Marcelo em "Malhação" (2000) e o Álvaro em "Jamais Te Esquecerei" (2003). Sandra partiu para a Itália no início dos anos 90 (onde também foi atriz de teatro), abrindo caminho para Cecília Lemes assumir a voz da filha do Seu Madruga.
Em episódios como "Juleu e Romieta - primeira parte" e  "Proibido jogar bola", o time de futebol América se destaca no texto. No primeiro episódio, Juleu torce para o Palmeiras enquanto o pai de Romieta é América. No segundo, Seu Madruga diz primeiramente que é torcedor do Palmeiras e, em seguida, muda para o América. É repreendido por Seu Barriga, que torce para o Corinthians. O pai da Chiquinha vira corintiano para não ter o aluguel cobrado pelo dono da vila. Nisso tudo, uma coisa é muito estranha: por que o time América, que não é tão popular assim, aparece com tanta freqüência nos textos do seriado? Sem contar que, na dublagem, os personagens não especificam para qual América torcem, pois há América no Rio, em São José do Rio Preto, em Belo Horizonte, em Natal... A explicação é simples: o América é um dos times mais populares do México. Por isso que ele sempre é citado no texto original. E no caso do "América América rá rá rá" do episódio do Juleu, eles dublaram assim mesmo devido a boca de Villagrán na cena se mexer perfeitamente para dizer o nome do time. E como há mais de 30 times pelo Brasil afora com o nome América, os dubladores deixaram assim mesmo. Mas bem que poderiam traduzir Flamengo, São Paulo, Vasco, Inter ou qualquer outro clube bem mais tradicional...
Os estúdios MAGA Produções Artísticas, responsáveis pela dublagem de Chaves e Chapolin, eram de propriedade do SBT, pois os mesmos também atuavam em outros programas da emissora de Sílvio Santos. A sigla MAGA provém do nome Marcelo Gastaldi, o criador dos estúdios. A MAGA acabou com o falecimento de Gastaldi em 1995. Hoje, ela funciona com o nome de Marshmallow, antigo nome dos estúdios da empresa. Uma marcante característica da MAGA era dublar canções da língua original para o português, por isso que quase todas as músicas das séries são dubladas. Quem não se lembra, em "Aventuras em Marte", Gastaldi dizendo: "Verrrrrsãããããoo MAAAGAA! Gravado nos Estúdios Marshmallow..."
Em alguns episódios, como "Fonte dos Desejos" e "Bombinhas", é possível escutar risadas normais de pessoas, sem contar as risadinhas de praxe (que, por sinal, são utilizadas mais no Brasil -  no México a risada é outra, que às vezes aparece também na versão brasileira). Essas risadas de gente de verdade são dos dubladores, que riem das cenas dos episódios, e o microfone, aberto, acabou por captá-las.
Nos episódios de dublagem mais antiga,  como "Espíritos Zombeteiros" e "Toureadores - Primeira Versão", eles deixam escapar por inúmeras vezes o nome completo de Chaves: "Chaves do Oito". Ele, no Brasil, raramente é chamado assim. Tanto que, no original, eles dizem a famosa frase desse jeito: "Tenía que ser el Chavo del Ocho". Aqui, eles traduziram "Tinha que ser o Chaves de novo" ou "Tinha que ser o Chaves mesmo", para completar a frase "del ocho".
A dublagem da primeira versão do episódio em que a criançada tenta sujar a roupa do Quico não é das mais antigas realizadas na série (data de 1988), mas algo de inusitado acontece nas falas de Chaves: quando ele se irrita, o órfão sempre diz a frase "Agora você me tirou do sério" em tom baixo, porém com enraivecida frieza, antes de tentar agredir Chiquinha ou Quico. Como este é um episódio de 1972 (um dos primeiros), o personagem realmente devia dizer essa frase no texto original e a MAGA acabou por traduzir assim mesmo. Destaque maior merece o poema "Vou me Embora pra Pasárgada" de Manuel Bandeira, recitado por um delirante Seu Barriga após tomar um banho de farinha de Chaves. Qual poema o personagem de Edgar Vivar teria recitado no texto original? 
O Programa Chespirito, apresentado pela CNT em 1997, foi primeiramente dublado nos estúdios da BKS para depois ter seus trabalhos concluídos na Parisi. Da dublagem clássica, apenas Marta Volpiani (Dona Florinda), Sandra Mara Azevedo (Chiquinha) e Helena Samara (Bruxa do 71) atuaram na série, além de Mário Villela (Seu Barriga) ter curiosamente dublado Raul Padilla em alguns episódios. Dois anos depois, para o Clube do Chaves (que só viria a estrear em 2001), os diretores da dublagem nos estúdios Gota Mágica estabeleceram uma norma bem mais coloquial e pejorativa nas falas dos personagens do que em relação à fase clássica (e o texto original). Por isso que termos como "bonecona" estavam sempre presentes no vocabulário do Dr. Chapatin. E pensar que, de tão light que era o conteúdo dos seriados CH, nem cena de beijo (sequer um reles selinho) aparecia nos episódios. E, enquanto isso, a escachada dublagem do Clube cometia a infelicidade de utilizar o pesadíssimo termo "vagabunda" na boca de Fausto para qualificar a moça com quem queria se casar na versão do Clube para a história do Chirrin Chirrion do Diabo. E o que dizer da pérola proferida por Godinez (dublado por Mário Lúcio de Freitas, dono da Gota Mágica)? "O senhor conhece a Cohab? É um samba do Negritude Júnior", mais a referência de Chaves à música "A Barata da Vizinha" no episódio "Uma Aula de Música" ("É que o cavaleiro vive no quartel e a barata da vizinha está na minha cama..."? Por isso que, na opinião de nove entre dez chavesmaníacos, o fracasso do Clube do Chaves se deu por conta da horripilante dublagem dos quadros Chaves e Chapolin (embora o dublador Cassiano Ricardo tenha feito um bom trabalho nos quadros Pancada e Chaveco). E isso que os episódios da série foram dublados e redublados antes de ir ao ar, daí a demora de dois anos para a estréia no SBT.
Nas aulas de História, o pessoal da tradução se esforçava para fazer eles discutirem a história mexicana . Tanto que Nelson Machado conta em seu livro "Versão Brasileira" que a equipe teve de ter aulas no Consulado do México. Mas, em um dos últimos episódios que foram dublados na fase clássica, eles  falaram da história do México. O episódio da Recuperação acabou por ser um dos mais engraçados de toda a série. Afinal, quem foi que chorou na árvore da noite triste?

Nos primórdios da dublagem do Chapolin, o herói, a princípio, teve diversos nomes que foram evoluindo em Vermelhinho, Polegar Vermelho, Chapolin o Bravo, Chapolin Vermelho, até chegar ao Chapolin Colorado, no lote de episódios de 1990. Por ironia, o nome definitivo é exatamente o nome original do herói no México (El Chapulín Colorado). Tentaram "abrasileiramentos" mais uma vez nas séries, sem sucesso.

 

Nos primeiros episódios, tentaram modificar também os bordões do herói medroso, colocando ao invés de "Eu acho", "Eu sugiro"; "Suspeitava desde o princípio" ou "Suspeitei desde o começo"; "Abusam da minha dignidade", não da minha nobreza; "Tu o disseste" em vez de "Exatamente"; "Polimartelo", não Marreta Biônica... Os nomes definitivos só viriam nos episódios do lote de 1988. 

Na primeira parte do "Seu Madruga Sapateiro", há um eco baixo que antecipa a fala dos personagens. Isso fica evidenciado na cena em que Quico, após Seu Madruga dar uma martelada no sapato, gritar "STRIKE ONE" e "STRIKE TWO". Dá para ouvir o som da fala num tom baixinho e distorcido cinco segundos antes da mesma ser ecoada no tom normal. Esse delay pode ser percebido em vários episódios. Basta prestar atenção quando ocorre um silêncio de alguns segundos numa cena. Nos episódios do Chapolin, chega a ser corriqueiro um ruído antecipar o clássico som metálico (das pancadas sofridas) que dá seqüência à cena.
Ainda em "Seu Madruga Sapateiro", essas são as respostas posteriores de Quico para Seu Madruga após o bochechudo exigir com grosseria que os sapatos de Dona Florinda fiquem prontos hoje mesmo: "amanhã?", "na semana que vem?", "no fim do próximo semestre!", "NO ANO DOIS MIL?", "Não deu!". O episódio foi gravado e dublado bem antes do ano 2000. Antes desta data chegar, muitos falavam que só fariam tal coisa ou sacrifício no ano 2000, ou seja, durante todos os anos do Século XX o povo esperou com ansiedade a chegada desta data que, para a maioria, significava a Virada do Milênio, a vinda da Era de Aquarius (na verdade, tudo isso ocorreria na virada de 2000 pra 2001...). É óbvio que a fala faz parte do texto original, até porque o episódio foi gravado em 1978. Na época, ainda faltavam 22 longínquos anos para o ano 2000 chegar. Mas, nos dias de hoje, a piada fica totalmente ultrapassada por motivos óbvios... Algo semelhante ocorre no episódio em que Chaves fala com as portas: Professor Girafales, enquanto joga a água do balde dentro do barril do Chaves, diz: "A essa altura, EM PLENO SÉCULO XX...". Desde 2001 estamos no Século XXI...

Já imaginaram Edgar Vivar (Seu Barriga) dublado por Carlos Seidl, a voz do Seu Madruga? Isso aconteceu não só no início do episódio "Almôndega, o Mestre dos Disfarces" (Chapolin) como também em um episódio do seriado "Tempo Final", produzido pela FOX.

Nos anos de 2005 e 2006, boa parte da clássica equipe de dublagem se reuniu nos Estúdios Gábia a fim de atuar nos episódios a serem inclusos nos boxes da Amazonas Filmes (projeto que nasceu a partir de um e-mail do chavesmaníaco Bruno Sampaio, ex-webmaster do extinto site Mundo Chespirito). Um pouco antes, a Imagem Filmes lançou um DVD de episódios com a dublagem original, enfrentando problemas com a justiça e com os dubladores, não-remunerados pela empresa. Daí a necessidade de ser realizada uma nova dublagem. Tatá Guarnieri foi o escolhido para dublar os personagens de Chespirito, incluindo Chaves e Chapolin. Mário Villela, já muito doente, chegou a dublar algumas falas do personagem Botijão em um episódio do Chompiras, mas não agüentou o ritmo e foi substituído por Fadu Costha (box 1), Gilberto Baroli, Gustavo Berriel (na dublagem do Nhonho) e Marcelo Torreão (este no desenho animado). Villela morreria dias depois, no dia 1º de dezembro de 2005. Já Helena Samara, a dubladora da Bruxa do 71, faleceu em 8 de novembro de 2007, um pouco antes de concluir os trabalhos para os boxes da Amazonas Filmes nos Estúdios Gábia e também finalizar a primeira temporada do desenho animado na Herbert Richers (Beatriz Loureiro a substitui desde a segunda temporada).

A novidade da empreitada foi a interferência de membros do Fã-Clube Chespirito Brasil, que ganharam carta branca do produtor da empresa Paulo Duarte para realizar adaptações a seus gostos na tradução original, feita ao pé-da-letra e com a supressão de muitos bordões e frases de efeito. Gustavo Berriel, então presidente do Fã-Clube, encaminhou os scripts com as traduções originais para uma equipe escolhida por ele, a fim de alterar vários diálogos, procurando ser fiel ao texto da dublagem MAGA e, quando possível, criando novas piadas por conta. Daí surgiram novas pérolas das séries CH, inventadas pelos próprios fãs. Eis algumas delas:
Na dublagem de "Seu Madruga Leiteiro" para o box 4, a piada do leite de fé (tá de férias!) do Seu Madruga foi modificada. Como o pai da Chiquinha se refere no original que o leiteiro está de "vaca", ou seja, de "vacaciones" (férias de espanhol), o Fã-Clube se encarregou de fazer Seu Madruga virar professor de espanhol de Dona Florinda. Na nova dublagem, eis como ficou o diálogo: "Mas o outro leiteiro que trazia o puro leite da vaca". "Por isso mesmo, o leiteiro está de vaca". "De vaca?". "De vacaciones! Digo, férias em espanhol, aprendeu?
Nelson Machado foi contrário à sugestão do Fã-Clube para que a fictícia Lavadora Volkswagen (citada por Pópis em "O Último Exame") fosse reaproveitada no episódio "O Último Exame da Escolinha" (incompleto no box 2 - foto acima), em que Quico, ao falar sobre higiene, desenha involuntariamente o porquinho no quadro-negro. O dublador do Quico, que preferia utilizar a piada original em que é citado o método "Wash e Wear", cedeu às pressões do Fã-Clube e citou a Lavadora Volkswagen na dublagem. Mas, por conta disso, teria saído do estúdio irritado. Mesmo assim, fez Quico pronunciar o nome do inexistente eletrodoméstico de forma hilariante no segundo box. Mas a vontade de Nelson seria obedecida mais tarde, com a inclusão do mesmo episódio - dessa vez, completo - no quarto box. Nelson dublou Quico se referindo ao método "Wash e Wear", mas o humor desta citação não chega aos pés da fictícia Lavadora Volkswagen.
- Em “Independência do Brasil – versão 1” do quarto box, foi encontrada uma solução mais coerente e histórica para a piada em que Chaves mostra que Dom Pedro "andarilhou" com uma pedra nas costas. Quem a carregaria, na nova dublagem, seria a amante de Dom Pedro I, Marquesa de Santos, que faria tal sacrifício a fim de conquistar o coração do monarca. E quando Seu Madruga pergunta quem foi o maior adversário da Família Real, Chaves responde: "O Barcelona". Seu Madruga alega que não está falando do time de futebol do REAL Madrid. Já na continuação do episódio, denominada "O Varal da Vila", conferimos um Seu Madruga ufanista bradando "Viva o Brasil, Viva o meu Brasil brasileiro" antes de tomar um tapa de Dona Florinda após esta dizer que lhe dará o seu Sete de Setembro. Em seguida, Dona Florinda novamente encara o pai da Chiquinha indagando que ele deseja se vingar. Antes de tomar um outro tabefe, dá tempo de Carlos Seidl responder por Seu Madruga, dublando parte do clássico provérbio das séries CH: "A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena".

  No terceiro box, praticamente todo o diálogo do famoso episódio do Chapolin “O Garoto que Mentia” foi aproveitado no esquete “O Consultório Psiquiátrico” do Chaparrón . A reprodução ocorre na parte em que Chapolin tenta contar a história do Pedrinho e do Lobo ao garotinho (María Antonieta de las Nieves) que joga fora seus brinquedos. Pois todo o diálogo reaparece na voz de Chaparrón deitado no divã da psiquiatra (Florinda Meza). O louco, que no quadro pensa que é um carneiro, diz o seguinte: “Era tão mentiroso que um dia encontrou os Três Porquinhos e disse que era o Chapeuzinho Vermelho. Então um dia viu a loba cair dentro do poço, mas a loba também era mentirosa porque não era loba, e sim uma armadilha. Depois São Francisco de Assis salvou sua vida e a história termina com o Chaparrón Bonaparte”. No original, Chaparrón diz coisas sem noção como que o lobo, amamentado por Rômulo e Remo, o pedira em casamento.
- Na primeira versão do Desjejum (box 4), Seu Madruga, após bater no Chaves por ter levado uma bolada na goela durante o jogo de pingue-pongue, diz que só não lhe dá outra porque vai pedir ao mesa-tenista Hugo Hoyama para que o ensine a jogar decentemente.
 O quinto box é marcado por duas bizarríssimas piadas que brincam com os bastidores do seriado, algo inexistente na era clássica da dublagem. No extra do “Bombeiro”, o dublador Tatá Guarnieri faz Chaves dizer que se o Professor Girafales se alongar mais, irá parar no “teto do estúdio”. Já no esquete “O Berro que o Gato Deu”, após Dr. Chapatin perguntar ao paciente (Ramón Valdez) se ele insinua que o doutor é velho, o imortal intérprete do Seu Madruga, na voz do esplêndido Carlos Seidl, alega que Chapatin já era um velhote quando fez figuração no primeiro episódio do Chaves. Detalhe que o texto é tão longo que quase não se encaixa na fala de Ramón Valdez.

- No esquete “Com Inventário e Inventor, Fica Louco o Auditor” do Chaparrón, Lucas Pirado (Rubén Aguirre), com o dublador Osmiro Campos inspiradíssimo, diz que nasceu em Tangamandápio, e ainda apresenta aos auditores, que desejam ver os livros de contas da dupla, publicações que têm como título “O Sucesso Mundial dos seriados Chaves e Chapolin” e “Breve Introdução ao Ensino com Comentários do Professor Girafales”.

Antes do lançamento do primeiro box, o Fã-Clube Chespirito-Brasil lançou o seguinte boato: a Amazonas Filmes exigira que os nomes dos personagens Pancada e Chaveco fossem trocados por CHALOUCO e CHOCOLATE. A ira foi geral por parte dos fãs, que abominaram as denominações. Mas tudo não passou de um divertido trote aplicado pela galera, mas que não agradou a muita gente. No final, acertou-se a utilização dos nomes originais dos dois personagens: Chaparrón e Chompiras. A lembrança do trote tomaria forma de vez na dublagem do episódio "Lá no Rancho Mediano - O Retorno" (box 4), quando o Fã-Clube colocou este nome para o coronel vivido por Chespirito: 
Chanfle Charrito Chopin de Chocolate e Chalouco. Tanto que, durante o episódio, Gerúndio (Raul Padilla) o chama de Seu Chalouco.
 Em "A Festa da Boa Vizinhança" (box 6), Dona Clotilde pergunta se o pai da Chiquinha sabe tocar alguma coisa dos Iguais. Seu Madruga então responde que a banda "Os Iguais" não é do tempo dele, e sim do tempo do Dr. Chapatin. "Os Iguais" era a banda estilo "Jovem Guarda" da qual Marcelo Gastaldi, o saudoso dublador de Chaves e Chapolin, foi vocalista nos anos 60. Uma bela homenagem ao eterno MAGA!

- Em "Ainda que a Cela seja de Ouro, não deixa de ser Chato ficar Preso" (box 6, aliás, foi uma marca do Fã-Clube esses títulos de efeito by Chespirito), Nelson Machado dubla a seguinte fala: "Carregar isso é pior do que assistir ao Vila Maluca". "Vila Maluca" foi uma tentativa mal-sucedida da Rede TV! em fazer um programa semelhante a Chaves (eles tentam imitar, mas realmente nunca conseguirão: Chaves é único!).

- No box 8, em "A Continuação da Venda da Vila", Professor Girafales diz às crianças que foi o Dr. Chapatin quem recomendou ao Senhor Barriga que fosse morar em Acapulco, ao nível do mar, onde há mais oxigênio que a Cidade do México e sua altitude (no script original, é evidente que Chapatin não é citado). Já no episódio "A Explosão do Nhonho", após dar um cascudo em Chaves, Seu Madruga diz que sua avó era parente da Velha Surda. E em "Consulta sem Consolo", o personagem de Raul Padilla provoca Dr. Chapatin, dizendo que o velho médico conheceu Dercy Gonçalves quando esta era menor de idade.
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Nos 26 episódios do lote de 1984, foram duas diferentes musiquinhas que marcaram a entrada triunfal de Chapolin. E a música que marcava o encerramento dos episódios desse lote era uma de tom cômico tocada no piano. A partir do lote de 1990, a música da entrada do nosso herói seria a mais famosa de todas ("Tatatatantantan...") e o encerramento desses episódios teria como fundo musical a BGM da abertura atual da série. esses episódios de 1990 estrearam neste ano juntamente com a original e saudosa abertura do bonequinho (foto acima). Logo após o "Chaaaapoooooliiiiin" narrado por Gastaldi, o fundo musical (a guitarra e os solos de bateria) continuava tocando enquanto o SBT exibia uma abertura do episódio exibindo uma cena do mesmo enquanto Gastaldi pronunciava o nome da história. Logo após, era exibida a primeira cena, com o fundo tocando mais um pouquinho, até parar para dar seqüência às falas do episódio. Destaque para a história "Não Seja Burro, Chapolin", onde a música da guitarrinha tocou por mais de um minuto ininterrupto enquanto Tripa Seca (Ramón) caminhava para um lado e para outro até Florinda chegar. Nas atuais exibições da série, a edição dos episódios de 90 é exatamente essa com o fundo musical referido. Apenas a abertura do bonequinho, obviamente, não é apresentada.

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